Após 36 dias fechadas, por conta de Paro Cívico, realizado no país vizinho, a fronteira entre Brasil e Bolívia foi reaberta na noite de ontem (26). A mobilização dos bolivianos foi uma das maiores greves já registradas no país vizinho nos últimos anos. A população boliviana realizou diversos bloqueios para despedir a realização do Censo Demográfico Populacional em 2023.
Segundo o presidente da Comissão Cívica de Santa Cruz, Rômulo Calvo, relatou que os trabalhos começarão na próxima semana para revisar o relacionamento de Santa Cruz com o governo boliviano. “A partir deste momento fazemos um quarto intervalo, suspendemos a greve e os bloqueios, sem suspender nossa luta. Continuamos em situação de emergência, saibamos administrar para o benefício de todos”, afirmou Calvo ao Portal Diário Corumbaense.
Já no posto Esdras, onde realiza o servido alfandegário da Receita Federal em Corumbá, terras que eram usados para o bloqueio do lado boliviano foram retirados com ajuda de maquinário. Os caminhoneiros brasileiros que bloqueavam o acesso retiraram os pneus e desmontaram acampamentos onde permaneceram por dez dias.
Os primeiros a cruzar a linha internacional entre Corumbá e Puerto Suárez foram as motocicletas e carros de passeio, logo em seguida, os caminhoneiros. Muitos celebraram com gritos a reabertura da fronteira.
Prejuízos
De acordo com o auditor-chefe da Alfândega da Receita Federal de Corumbá, Erivelto Torrico Alencar, informou que, em valor comercial, 90% são exportações brasileiras e 10%, exportações bolivianas foram afetados.
Com a paralisação, os exportadores brasileiros deixaram de faturar R$ 1.012.500.000 e os exportadores bolivianos R$ 112.500.000, em 25 dias úteis.O órgão deve se reunir com representantes do Porto Seco, importadores, exportadores e demais envolvidos para buscar alternativas de minimizar o impacto causado após a fronteira ter ficado fechada por mais de 36 dias.
Já o comércio corumbaense, também calcula-se um prejuízo de R$ 3 milhões nesses dias de fronteira fechada. Muitos consumidores bolivianos foram impedidos de ir à Cidade Branca, mesmo que nos últimos dias a passagem de carros de passeio em horários restritos eram permitidos.
Paro Cívico
Desde 22 de outubro, o Paro Cívico boliviano buscava acrodo para garantir o Censo do país antes do ano eleitoral, em 2024. De acordo com a lei do Censo, ela define norma que estabelece com base nos resultados do recenseamento se fará a redistribuição de vagas de deputados e senadores para as eleições nacionais em 2025. Além disso, uma nova distribuição econômica será feita para os estados boliviano para próximo ano.
“Conseguimos 50% do nosso objetivo. Já com a lei do Censo aprovada na Câmara dos Deputados, agora esperamos a aprovação no Senado e em seguida a publicação por parte do Governo Federal. Essa foi a manifestação mais longa já registrado nos últimos anos aqui na fronteira. Mostra o poder do povo boliviano. Agora esperamos que tudo volte a normalidade”, disse ao Diário Corumbaense, Antônio Mercado, presidente do comitê cívico da província German Busch.
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