Mais uma testemunha foi ouvida diante do Tribunal do Júri, na tarde desta quarta-feira (4), onde são julgados Christian Campoçano Leitheim, de 27 anos, e Stephanie de Jesus da Silva, 26, padrasto e mãe acusados de matar a pequena Sophia Ocampo, aos 2 anos de 7 meses, em janeiro de 2023. Desta vez, Matheus Siqueira, amigo dos réus, detalhou o que aconteceu na noite anterior ao crime, quando o trio usou droga durante confraternização.
Ao ser perguntado, a testemunha disse que se lembra de ter ido à casa de um amigo de Stephanie e, no local, notou que sophia passava “mal da barriga”, por conta de intolerância à lactose. Após sair do local, todos foram para um bar e, a menina, mesmo com dores no estômago, foi levada pela mãe. Ali, ficaram cerca de 2h, até decidirem ir para a casa do então casal.
Na residência, Matheus disse que não se recorda do momento em que Sophia foi dormir, pois ele e Stephanie saíram para comprar cocaína, em uma boca de fumo da região. “Depois que eu e a Stephanie fomos comprar cocaína eu não me recordo dela (Sophia) ir se deitar. Na hora que a gente voltou, eu lembro que o filho do Christian tinha acordado, mas a Sophia nao lembro se estava dormindo ou acordada”, disse.
Ele afirmou, ainda, que nesse dia só estava interessado no entretenimento e em “beber, curtir e tocar violão”. Contou, também, que os réus consumiram cocaína nesta madrugada, que antecedeu a morte da menina. Por volta das 4h, foi embora e, horas depois, já à tarde, recebeu a informação de que Stephanie havia levado a filha na Upa, mas não sabia que ela tinha morrido.
“Eu voltei para casa dele e a Stephanie falou para o Christian que os médicos informaram a ela que a criança já estava há um tempo morta. Nessa hora o Christian entrou em estado de desespero e falou para mim que ela tinha falecido”, observou.
Quando perguntado se viu Christian bater na criança alguma vez, falou que não, mas que achava “que sim”. Destacou, também, que não viu Sophia com algum machucado ou hematoma pelo corpo, apenas ela passando mal do estômago.
Já a última testemunha foi do Erick Douglas. Ele também estava na noite anterior da morte de Sophia. Mas ele não se recorda de terem comprado cocaína e da Stephanie fazer o uso da droga. E quando questionado se elee viu Stephanie com olho roxo, Erick alegou que sabia das lesões, mas não sabia dizer se eram causadas pelo Christian.
Entenda o caso
No dia 26 de janeiro de 2023, Sophia foi levada até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antônio, em Campo Grande, pela mãe Stephanie de Jesus Silva, 26 anos, já sem vida. Laudo médico atestou que a menina estava morta há algumas horas, vítima de trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica).
De acordo com a investigação, a menina sofreu violência ao longo dos 2 anos de vida, sendo vítima de castigos que resultaram em hematomas por todo o corpo. Exame necroscópico também apontou que a pequena tinha ruptura cicatrizada do hímen, sinal de que sofreu violência sexual.
Com participação Brenda Oliveira
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