Pesquisa do IBGE demonstrou também elevação de transporte e alimentação
A alta do aluguel e a taxa de serviço de água e esgoto impulsionaram a inflação do primeiro mês do ano, que ficou em 0,60%. No acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 5,15%. Com o resultado, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ficou 0,22 ponto percentual acima da taxa do mês (0,38%). Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Entre os nove grupos avaliados, o setor de habitação teve o maior destaque, com 2,14%, item que havia recuado em 0,29% no mês anterior. Grandes vilões no quesito moradia, além do aluguel (2,50%), é o aumento da taxa de água e esgoto que também contribuiu para o crescimento, com reajuste de 6,89%.
Entre os subitens que compõem o grupo está a energia elétrica residencial, que contou com alta de 1,56%. Entre os que registraram baixa se destacam: material hidráulico (-2,83%), mudança (-2,48%) e saco para lixo (-0,27%).
A auxiliar administrativa Geisa Amorim, de 26 anos, já sentiu o peso do aumento no bolso este ano. “O reajuste é sempre em janeiro e eu concordo em termos, pois entendo que o locador precisa realizar esse aumento, afinal tudo tem reajustes. Não vou mentir, é a algo que faz falta. Comecei pagando R$ 400, hoje pago R$ 550. Por ser uma casa pequena o valor é ‘menor’, mas mesmo assim consome grande parte da renda e no fim das contas mexe com o orçamento”, detalha a jovem.
Outro exemplo é a Rua 14 de Julho, principal via de comércio no Centro, que após a revitalização teve, como consequência aos empresários, o aluguel mais caro. Em alguns estabelecimentos, o valor é encontrado de R$ 11 mil a R$ 25 mil, variando 127,27%.
Alimentação
No quesito alimentação foi registrado 0,08% em janeiro, tendo a batata- -inglesa e o tomate como vilões, com aumento de 24,71% e 11,01%, respectivamente. Hortaliças, verduras (9,33%) e feijão (3,43%) também seguiram a tendência de alta.
Gerente da pesquisa realizada pelo IBGE, Pedro Kislanov detalha a elevação da batata e do tomate. “As altas nesses dois casos se explicam pela grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras. Em contrapartida, observamos queda de 22,68% no preço da cebola, por conta da maior oferta vindo das regiões Nordeste e Sul, item que teve alta de mais de 130% em 2022.”
Na alimentação fora de casa (0,44%), a maior contribuição veio do lanche (1,05%). A refeição, por sua vez, teve alta de 0,24%, abaixo do mês anterior (1,01%).
Transporte
Puxados pelos combustíveis, os custos com transportes contaram com elevação de 0,59%, sendo que a gasolina subiu 0,21%, o etanol 0,91% e o diesel 0,11%. Destaque entre os subitens que contribuíram para o acréscimo estão o emplacamento e a licença (1,27%), que incorporou pela primeira vez a fração mensal referente ao IPVA de 2023, além do preço de automóveis usados (1,86%).
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS.
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