Epidemia fora de época já foi responsável pela morte de três pessoas no Estado, após 4 anos sem registros
O mês começou com alertas de ondas de calor no Centro- -Oeste e Sudeste, mas também alcançaram Estados do Norte e do Sul do país. Nestes locais, há a previsão de termômetros ao menos 5°C acima da média histórica para o mês de novembro. Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia, Campo Grande, Cuiabá e Teresina devem ter temperaturas acima dos 40ºC. Para o médico infectologista, a alta de casos antes do período de chuvas aponta para uma possível explosão dos casos e para isso, o Poder Público deve estar preparado.
preparado. De acordo com o médico infectologista e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), doutor Júlio Croda, o Poder Público e a população precisam estar atentos o ano todo. “Precisamos ficar atentos a todas as arboviroses, principalmente as transmitidas pelo Aedes aegypti. Com o aumento do calor em 2023, tivemos uma endemicidade do vetor fora da época, no inverno, justamente por conta desse aumento das temperaturas causadas pelo El Niño, que viveremos até meados de abril de 2024”, destaca Júlio.
Conforme dados do último boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Mato Grosso do Sul já registrou quase 46,9 casos de dengue e 3,2 mil de chikungunya. Da segunda doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, esse número corresponde a um aumento de 441,2% dos anos anteriores.
“O aumento da temperatura favoreceu a proliferação do mosquito e no nosso Estado, especialmente, a gente já superou o número de casos de dengue do ano passado, antes mesmo do período chuvoso de verão. É o que aconteceu na fronteira, em Ponta Porã, com um aumento muito grande dos casos de chikungunya nunca antes registrados”,Editar Editar visibilidade alerta o pesquisador. Em Mato Grosso do Sul já foram registrados três óbitos esse ano, sendo que não haviam registros de morte pela doença há 4 anos.
O infectologista Júlio Croda, que também é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, conclui dizendo que é o momento de os sistemas de saúde prepararem melhor suas equipes para que o atendimento esteja alerta aos sinais das doenças, mesmo fora do período de chuvas.
“Vai ter aumento de casos e a função do Poder Público é evitar hospitalização e óbito.
O que previne isso é diagnóstico precoce, hidratação precoce e atendimento adequado. Paciente não pode ficar indo ao posto de saúde várias vezes sem receber o atendimento adequado. Todo óbito de dengue é evitável, se tivermos boa organização do sistema de saúde”, concluiu o doutor.
El Niño
De maneira geral, as ondas de calor e instabilidades climáticas devem perdurar até maio de 2024, tendo seu pior período entre novembro de 2023 e janeiro do ano que vem. Isso porque, segundo um relatório divulgado pela OMM (Organização Mundial de Meteorologia), na semana passada, o El Niño, fenômeno relacionado ao aumento nas temperaturas notado neste ano, está atingindo o seu pico somente agora.
Por – Kamila Alcântara
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