Aliados pressionam Bolsonaro por definição de partido para iniciar articulações de 2022

Agência Brasil
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Aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) estão pressionando o presidente para que ele decida o quanto antes qual será sua nova legenda para disputar a reeleição em 2022. A indefinição de Bolsonaro está travando articulações locais de congressistas que pretendem seguir os passos do presidente e se filiar ao mesmo partido que ele. Sob reserva, esses aliados relatam incômodo porque seus adversários largaram na frente nas conversas com foco nas disputas para o próximo ano.

Eles chegaram a ter alguma esperança de definição na quarta-feira (26), quando o senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho do presidente, anunciou que estava saindo do Republicanos, sigla à qual se filiou em março de 2020.

Congressistas que, assim como Bolsonaro, se elegeram pelo PSL, aproveitaram evento no Palácio do Planalto logo após o comunicado de Flávio para indagar o presidente se ele havia tomado uma decisão. Saíram de lá com a mesma dúvida que tinham quando chegaram ao local. Em colégios eleitorais importantes para Bolsonaro, como o Rio de Janeiro, a oposição já está em conversas avançadas.

No início deste mês, o ex- -presidente Lula (PT) esteve em Brasília e conversou com nomes de PSOL, PSB e PSD para levar adiante no estado uma frente ampla antibolsonarista. Nomes como o do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL- -RJ) buscam um novo partido. Ele se encontrou com Lula. Nesta semana, o ex-deputado Jean Wyllys, também do Rio de Janeiro, filiou-se ao PT.

Ao presidente do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), Flávio apenas informou a saída, sem dar pistas de para que legenda vai. Publicamente, Flávio afirmou que “aguarda uma definição do presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre qual será a nova sigla à qual eles devem se filiar”.

O vereador Carlos Bolsonaro (RJ) ainda está no Republicanos, partido ligado à Igreja Universal. Como se trata de um cargo majoritário, Flávio não perde o mandato por trocar de legenda, o que já não é possível para vereadores, como Carlos, e deputados, como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

O presidente e Flávio deixaram o PSL em novembro de 2019, após rompimento com o presidente da legenda, Luciano Bivar. Começaram, então, a trabalhar pela formação da Aliança pelo Brasil, legenda que não saiu do papel até agora e não se viabilizará a tempo de participar do próximo pleito. Sem conseguir criar seu próprio partido, Bolsonaro chegou a conversar com diversas siglas, inclusive gigantes do “centrão”, como PP e PL, e até com legendas menores, como o PRTB, partido de seu vice, o general Hamilton Mourão. (Folhapress)

 

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