Ação da polícia abriu os olhos do poder público’, alega advogada

Foto:Construtora busca
reaver e continuar as
obras dos apartamentos
inacabados/Marcos Maluf
Foto:Construtora busca reaver e continuar as obras dos apartamentos inacabados/Marcos Maluf

Defensoria solicitou o religamento da energia elétrica no condomínio  

A situação das mais de 40 famílias que moram no condomínio “Carandirú”, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande, ainda é incerta. Com a retomada da Construtora Degrau Ltda. na Justiça, para reaver e continuar a obra dos apartamentos, os moradores que invadiram os apartamentos inacabados e passaram a residir lá terão que deixar o local. 

Conforme apurado, a Construtora foi à Justiça para lutar pelo direito de dar continuidade à construção. O novo pedido, feito em ação que tramita desde 2013, cita a operação “Abre-te Sésamo” como motivo para o juiz determinar a “imediata reintegração de posse”. 

Ao jornal O Estado, a advogada da Construtora Degrau, Hilda Priscila Araújo, explicou que a empresa está ciente das condições em que se encontram o residencial, e ainda que a operação policial foi importante para abrir os olhos do poder público, sobre a situação. “Na época em que a empresa decretou falência, havia apenas 60% das obras finalizadas e agora, tornou-se um problema social. Inclusive, desde 2013, o processo de reintegração de posse vem se arrastando e eu protocolei várias petições, pedindo para  que a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outros órgãos tomassem providências porque nós sabíamos que aquela situação era perigosa, mas agora, com a operação policial, ninguém pode dizer que não tem conhecimento do caso. Agora, cabe ao poder público tomar as decisões, que seja de conseguir moradia social para essas pessoas ou conceder a reintegração de posse para a empresa”, disse.

A advogada ressaltou que, na época da invasão, nem a parte estrutural havia sido finalizada, ficando nítidos os riscos após todo esse tempo. “Além disso, o perigo se espalhou, não estando concentrado apenas no condomínio. Isso porque, existem outros residenciais ali perto e um parque para uso da população”.

Religamento de energia

Em nome das famílias que lá residem, algumas delas que resistem à iminência de despejo há duas décadas, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul protocolou, na última quarta-feira (14), pedido para que seja feito o religamento de energia elétrica no chamado complexo, que segue sem energia desde a operação, realizada no início deste mês.

 Conforme a Defensoria, a suspensão da energia é uma “tentativa forçada de retirada dos moradores”. Além da religação, são solicitadas providência na ação de reintegração de posse do residencial.

Por Brenda Leitte e Tamires Santana  – Jornal O Estado do MS.

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