Conforme comunicado divulgado na última terça-feira (02) a Santa Casa de Campo Grande suspendeu a partir de hoje (04) os atendimentos ambulatoriais sem urgência e cirurgias eletivas, devido ao desabastecimento de insumos do hospital. Os atendimentos estão suspensos por prazo indeterminado.
O hospital e a Prefeitura de Campo Grande estão desde abril em um impasse sobre valores presentes na renovação de contrato de prestação de serviço, pois de acordo com a Santa Casa não há reajuste desde 2019, o que causa defasagem em relação aos serviços prestados, compra de insumos e pagamento de servidores.
A assessoria do hospital diz que falta recursos como medicamentos, gaze, soro e outros produtos hospitalares essenciais para os atendimentos. A Santa Casa informa que a insumos para apenas 15 dias de funcionamento e portanto suspendeu casos sem urgência para que a população de Mato Grosso do Sul não ficasse completamente sem os serviços.
Já a prefeitura alega que durante a reunião ocorrida no dia 27 de julho, apresentou proposta de repasse financeiro de mais de R$ 1 milhão por mês, o que elevaria o valor do contrato para R$ 26 milhões. A prefeitura disse que a Santa Casa apresentou contraproposta de R$ 12,8 milhões de acréscimo por mês, o que foi refutado diante de tamanha desproporcionalidade. Já o hospital alega que a proposta recebida é onerosa e que não traz nenhum beneficio para a Santa Casa.
Em sessão ordinária da Câmara Municipal nesta quinta-feira (04) o vereador Dr. Victor Rocha (PP) falou sobre a questão da Santa Casa e pediu a intervenção dos Três Poderes para intermediar juntamente a Prefeitura da Capital sobre a questão dos valores dos contratos.
“Hoje a Santa Casa está sem contrato com a prefeitura. A prefeitura precisa urgentemente chegar a um consenso junto com a Santa Casa, governo do Estado e governo Federal, porque a gente sabe que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. O financiamento compete ao município, estado e União”.
O vereador ainda disse que o que a Santa Casa pede é um socorro, devido a situação financeira da instituição, vindo desde a pandemia. “Em 2021, no ano de pandemia, a Santa Casa ficou como referencia exclusiva para outras especialidades, já que o Hospital Regional ficou exclusivo para atendimento contra a Covid-19, e a Santa Casa absorveu o resto da demanda”.
Já o vereador Ayrton Araújo (PT) alega que a prefeitura realiza adequadamente os repasses e que a Santa Casa não pode suspender atendimentos. “O que não da para deixar é estourar as contas da Santa Casa, achar que a prefeitura não está realizando os repasse necessários ou que não tenham um contrato que cubra as despesas. A Santa Casa não pode suspender atendimento. Eu acredito que pode colocar trilhões de dinheiro lá e não vai melhorar a Santa Casa”, finaliza o vereador.
O presidente da Casa de Leis, o vereador Carlão (PSB) informou que há um novo contrato para um repasse entre R$ 1 e 2 milhões de reais para o hospital e que o Governo do Estado se comprometeu a injetar dobro do valor de acordo com o repasse acordado pela Prefeitura. Há possibilidade de que esse contrato seja definido hoje pela Prefeitura da Capital.
Com informações da repórter Juliana Vilas Boas.
Prefeito de Campo Grande e Governador de MS são responsáveis por atrasos em repasses e causam transtornos aos usuários do SUS na capital.