37ª vítima de feminicídio; Rihanna foi assassinada a pauladas pelo companheiro

Foto: João G. Vilalba/O Estado Online
Foto: João G. Vilalba/O Estado Online

Uma mulher trans de 37 anos, conhecida como Rihanna foi morta à pauladas pelo companheiro na noite do último domingo (20), no Jardim Noroeste em Campo Grande. O autor do feminicídio, um homem de 56 anos, identificado como Juarez de Oliveira Souza foi preso em flagrante e confessou o crime.

Conforme a delegada da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Eliane Benicasa, o casal se conhecia a cerca de quatro anos, mas moravam juntos a oito dias.

Em depoimento o autor do crime relatou que a vítima teria vendido uma geladeira para o consumo de drogas, o que gerou uma discussão e resultou no feminicídio.

“Ambos os envolvidos são usuários de entorpecentes e a morte, de acordo com o suspeito, foi em razão dela ter vendido uma geladeira para o consumo de drogas que culminou em uma briga. Ele disse que a vítima estava na posse de um pedaço de madeira e para se defender tirou da mão dela e desferiu um golpe”, explicou Eliane.

Contudo, testemunhas que presenciaram o ocorrido contradizem a versão do autor, segundo relatos o homem desferiu o primeiro golpe que acertou o pescoço de Rihanna, a vítima caiu no chão e autor deu mais três golpes que resultou na morte.

“Vizinhos relataram que as brigas eram constantes, eles estavam convivendo a oito dias após ela o levar para morar com ele, antes disso o autor estava no Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua)”, disse.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas Rihanna já estava em óbito. O autor tentou fugir, mas acabou preso em um ponto de ônibus e responderá pelo crime de Feminicídio.

Feminicídio

Feminicídio é o assassinato de mulheres por questões de gênero; ou seja, quando a vítima é mulher e quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Em 2015, o governo federal sancionou a Lei 13.104 conhecida como Lei do Feminicídio, que torna o assassinato de mulheres por questões de gênero como um crime hediondo. Segundo a delegada Elaine Benicasa, desde a promulgação da lei os casos de feminicídio apresentaram queda em todo o país.
Violência contra mulher

Violência contra mulher

Em 2022 foram contabilizados 37 casos de feminicídio em Mato Grosso do Sul, de janeiro a novembro houveram 17.100 ocorrências de violência doméstica no Estado.

Eliane Benicasa, ressalta que houve um aumento expressivo no número de boletins de ocorrência envolvendo casos de violência contra a mulher em comparação ao ano anterior, segundo a delegada neste ano foram mais de mil ocorrências a mais que em 2021.

“A melhor prevenção é a informação, há vários fatores para esse aumento por isso uma mulher informada que sabe de seus direitos ela se encoraja em seus espaços de poder, então quando inicia o clico de violência a vítima consegue se desvencilhar, mas infelizmente em alguns casos como esse, resultam em feminicídio”, destacou a delegada.

Serviço:

Disque 180
O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

Casa da Mulher Brasileira

Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na
Rua Brasília, lote A, quadra 2, s/ nº – Jardim Imá – Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300

Com informações do repórter João Gabriel Vilalba.

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