Ambulantes relatam que venderam mais no feriado de Finados e a expectativa é faturar ainda mais no final de semana
Por Suelen Morales
As manifestações na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande, já duram seis dias e vendedores ambulantes aproveitam o cenário para aquecerem as vendas. Outros se aventuram pela primeira vez, para garantir um dinheiro extra com a proximidade do fim de ano.
O Jornal O Estado MS, percorreu na tarde de ontem (4), a concentração até o cruzamento com a Avenida Afonso Pena para saber se os profissionais autônomos estão obtendo sucesso nas vendas. De acordo com os ambulantes, o comércio estava indo bem, mas perdeu força. A expectativa é de que as vendas melhorem no final de semana.
Este é o caso do vendedor ambulante, Harly Basabe, 18, que está há dois dias no local vendendo camisetas da seleção brasileira, cornetas, bonés e tolhas do Bolsonaro dentre outros itens. “Antes eu vendia morango, mas vim para cá tem dois dias na expectativa de ganhar um dinheiro extra e pagar as contas principalmente. Ontem as vendas foram boas, hoje está meio fraco, mas melhoram depois das 16 horas”, contou.
Já para a vendedora Tatiane da Silva, 40, as vendas foram melhores na quarta-feira (2), feriado do Dia de Finados. Tatiana contou que geralmente investe em vendas ambulantes na época da Copa do Mundo ou em movimentos propícios, como os das manifestações. “Trabalho com vendas há mais de 23 anos em casa. Estou aqui desde o primeiro dia de manifestações e estamos vendendo bem, mas na quarta-feira foi melhor. Já tive que repor meu estoque”, afirmou.
Com sucesso nas vendas em todos os dias da manifestação, o vendedor ambulante Felipe da Silva, 23, revelou que precisa repor o estoque diariamente e que na terça-feira (1º), no primeiro dia da concentração vendeu cerca de 400 camisetas do Brasil.
“As vendas estão boas graças a Deus. Na terça eu vendi todo o meu estoque, uma média de 400 camisas. Todo mundo está comprando, ou é a bandeira, a capa para colocar no capô do carro ou a camiseta. Estamos vendendo mais do que o normal se fosse em outra época. Aqui as vendas são específicas, a pessoa vem e está com uma outra roupa e já quer comprar uma verde e amarelo também. Pessoas dos bairros que acabam vindo pela muvuca”, observou.
Por fim, o venezuelano Pablo Gonçalves, 54, que está trabalhando de forma terceirizada nas vendas dos itens patriotas, espera que neste final de semana a movimentação seja ainda maior.
“As vendas estão mais ou menos, estou aqui deste o dia 1º. No primeiro foi bom, no feriado também, hoje já não foi tão bom e hoje está mais fraco. Acredito que no sábado e domingo a gente vai vender mais”, comentou.
Greve geral no comércio deve acontecer na segunda (7)
Grupos nas redes sociais publicaram deste a última quinta-feira (3), um chamamento para uma greve geral no comércio prevista para acontecer na próxima segunda-feira (7). Em Campo Grande, manifestantes informaram que também existe a expectativa de que o movimento se concretize.
Questionado sobre o tema, Adelaido Villa presidente da CDL- MS (Câmara de Dirigentes Lojistas) informou que a está ciente e ao mesmo tempo preocupada com os possíveis impactos que esta manifestação possa provocar ao comércio local, ainda mais, diante da proximidade com datas importantes para as vendas como a Black Friday e a Copa do Mundo.
“Fizemos uma checagem para constar a adesão e o que nos parece é que o movimento ainda está tímido, os empresários estão preocupados com as dívidas e as contas que precisam pagar. O fechamento de um ou dois dias é muito complicado, então talvez tenha até quem tenha o desejo de manifestar, mas essa questão da baixa de vendas pode impactar”, explicou ele que também pontuou que a medida pode reduzir a arrecadação, geração de empregos e a contratação de trabalhadores temporários.