CPMI do INSS apreende celular de empresário suspeito de fraude bilionária

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga o esquema de fraudes bilionárias no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) determinou, na segunda-feira (10), a apreensão do celular de Igor Dias Delecrode, de 28 anos, apontado como sócio de empresas envolvidas no caso. O requerimento foi aprovado durante o depoimento do empresário, que permaneceu em silêncio diante da maioria das perguntas, amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), a apreensão do aparelho busca garantir a integridade das investigações. O colegiado determinou o espelhamento do conteúdo do celular, acesso a dados armazenados em nuvem e perícia técnica. Delecrode entregou o dispositivo, um iPhone 17 recém-adquirido, mas se recusou a fornecer a senha, afirmando que outros aparelhos já haviam sido apreendidos pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.

Apontado como responsável por desenvolver um programa usado para fraudar biometria e assinaturas digitais no INSS, Delecrode é investigado por criar ferramentas que davam aparência de legalidade a descontos indevidos em benefícios. As irregularidades envolvem entidades como a Aasap (Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista), a Amar Brasil Clube de Benefícios e a Master Prev, suspeitas de movimentar cerca de R$ 700 milhões em mensalidades descontadas sem autorização.

Durante a sessão, o relator deputado Alfredo Gaspar (União-AL) criticou a postura do depoente e a atuação do STF, afirmando que o silêncio de Delecrode representa “um tapa na cara do povo brasileiro”. As investigações da CPMI se somam às apurações da Polícia Federal, que em abril revelou um esquema de descontos indevidos entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões. O escândalo resultou no afastamento de servidores e na saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

 

Com informações do SBT News

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