Decisão publicada no Diário Oficial de ontem (10), determina o retorno do processo do caso Sophia. Segundo o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques. A decisão determina que seja marcado o julgamento de Stephanie de Jesus da Silva, de 25 anos, e Christian Campoçano Leitheim, de 27 anos, mãe e padrasto da criança. Ambos haviam recorrido da decisão de irem a júri e o caso estava sob análise no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
“Homologo os pedidos de desistência dos recursos, nos termos do art. 998 do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo penal (art. 3º, do CPP), ficando, por consequência, prejudicado o exame dos mesmos. Publique-se e intime-se, com o retorno dos autos, a Comarca de origem para o regular processamento, com as anotações e baixas necessárias”.
Foram realizadas duas audiências de instrução, uma em novembro de 2023, quando mãe e padrasto de Sophia permaneceram em silêncio, e outra em dezembro, quando Stephanie quebrou o silêncio e acusou o companheiro. Christian também comentou pela primeira vez sobre a morte da enteada nesta audiência. Ele negou as acusações e afirmou que a mulher o acusou para se esquivar.
Em janeiro de 2023, Sophia de Jesus Ocampo foi levada à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino morta e com sinais de espancamento. De acordo com a equipe médica, a criança já apresentava rigidez cadavérica.
No local, a mãe alegou que a criança teria passado muito mal durante o dia, teria vomitado diversas vezes e chorava muito. Mas, ao dar entrada na unidade, os médicos de plantão já constataram o óbito.
O caso deixou a equipe médica em estado de choque, pois ao receber a vítima, eles perceberam que no corpo da menina havia várias lesões nas costas, braços, joelho, olho e inchaço no ombro esquerdo. Além disso, a barriga dela estava muito inchada. Também foram constatados sinais de estupro. Os dois foram presos em flagrante.
A criança já teria mais de 30 passagens por unidades de saúde da Capital. O pai biológico de Sophia já havia registrado boletim de ocorrência por maus-tratos em 2021 e 2022, depois de perceber que a filha vinha sendo maltratada.
Por Thays Schneider