Uma operação militar de Israel no norte da Cisjordânia ocupada deixou ao menos nove palestinos mortos nesta quarta-feira (22) em Nablus, informou o Ministério de Saúde palestino. As vítimas tinham entre 14 e 72 anos e morreram “na agressão contra os ocupantes”, afirmou a pasta. Há ainda 97 feridos.
O episódio é mais um na crise entre as duas nações, que se acirra desde o começo deste ano. Em janeiro, sete pessoas foram assassinadas em frente a uma sinagoga -ataque que aconteceu após dez palestinos serem mortos em uma ação do exército israelense. Israel anunciou a operação pouco antes das 10h30 no horário local (5h30 de Brasília) e não deu mais detalhes. Os soldados deixaram a cidade quase três horas depois.
O grupo terrorista Jihad Islâmica disse que dois de seus comandantes foram cercados em uma casa por tropas israelenses, provocando um confronto que atraiu outros homens armados. De acordo com o jornal Times of Israel, o Exército disparou um míssil contra a construção.
Um jornalista, que estava cobrindo o conflito, observou soldados israelenses lançando bombas de gás lacrimogêneo no centro de Nablus na direção de jovens palestinos que atiravam pedras contra veículos blindados e queimavam pneus.
Fontes palestinas disseram que os dois comandantes da Jihad Islâmica foram mortos junto com outro atirador e que ao menos três das demais vítimas são civis.
Nos últimos meses, as tropas israelenses aumentaram operações apresentadas como “antiterroristas” para procurar suspeitos no norte da Cisjordânia – em particular nas cidades de Jenin e Nablus, redutos de grupos armados.
GRAVE: Israel comete una masacre en la ciudad ocupada de Nablus asesinando a 9 palestinos e hiriendo a 102 más esta mañana. pic.twitter.com/nHSkaV1rh6
— Palestina Hoy (@HoyPalestina) February 22, 2023
Baixas nos dois lados
Desde o início do ano, o conflito palestino-israelense provou as mortes de mais de 50 palestinos e de nove civis israelenses, com base em fontes oficiais dos dois lados.
“Impedir mais violência é uma prioridade urgente”, afirmou na segunda-feira (20) Tor Wennesland, mediador da ONU para o Oriente Médio.
Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, criticou a operação. “Condenamos a operação em Nablus e pedimos o fim dos contínuos ataques contra nosso povo.”
O Hamas insinuou possíveis represálias. “A resistência em Gaza está monitorando a escalada de crimes cometidos pelo inimigo contra nosso povo na Cisjordânia ocupada e está ficando sem paciência”, disse Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do grupo, no Telegram.
Com informações da Folhapress e do portal Palestina Hoy
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