Um fenômeno atmosférico raro provocou um grande apagão que atingiu Portugal, Espanha e partes da França nesta segunda-feira (28). Segundo a REN (Redes Energéticas Nacionais), operadora de energia de Portugal, variações extremas de temperatura no interior da Espanha causaram oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV), conhecidas como vibração atmosférica induzida, resultando em falhas de sincronização na rede elétrica europeia interconectada.
“Essas oscilações causaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, levando a perturbações sucessivas em toda a rede europeia interconectada”, explicou a REN em nota divulgada à emissora BBC.
O apagão afetou serviços essenciais. Em Portugal e na Espanha, semáforos ficaram apagados, linhas telefônicas foram comprometidas e o metrô precisou ser fechado em algumas cidades. Os aeroportos operam de forma limitada, com check-ins sendo realizados manualmente. A internet também apresentou oscilações ao longo do dia.
Durante a manhã, autoridades chegaram a considerar a possibilidade de um ciberataque. No entanto, o Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal afirmou que não há indícios de que a interrupção tenha sido causada por uma ação criminosa. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, reforçou: “não há nenhuma indicação que aponte nesse sentido”.
Nas regiões autônomas dos Açores e da Madeira, a situação seguiu normal. De acordo com o jornal português Público, os arquipélagos não sofreram interrupções porque não estão conectados à rede elétrica continental europeia.
A falha no abastecimento teve início por volta das 11h30 (7h30 no horário de Brasília) e, até o momento, o fornecimento de energia ainda não foi completamente restabelecido. A Red Eléctrica, responsável pela geração na Espanha, informou que o incidente está sob avaliação e que a normalização no país pode levar entre seis e dez horas. Já a distribuidora portuguesa E-Redes afirmou que ainda não há previsão para a retomada total dos serviços. A REN alertou que a recuperação plena do sistema em Portugal pode demorar até uma semana.
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