As consequências do descarrilamento de um trem que transportava produtos químicos estão causando preocupação nos Estados Unidos foi intensificada pela disseminação de informações falsas nas redes sociais. O acidente aconteceu no último dia 3 na cidade de East Palestine, em Ohio.
Cerca de 2 mil moradores tiveram de ser retirados da região devido ao perigo de intoxicação, mas já foram autorizados a retornar. Mesmo com a garantia das autoridades de que o perigo já passou, centenas de pessoas relutam em voltar para suas casas.
O descarrilamento provocou o derramamento de cloreto de vinila, uma substância considerada perigosa por ser altamente inflamável e cancerígena. As preocupações com a segurança pública aumentaram depois que a Norfolk Southern Railroad, a empresa responsável pelo trem, informou que os dispositivos de alívio de pressão em alguns vagões pararam de funcionar.
Três dias depois, equipes de emergência atuaram para liberar o material que não vazou dos vagões. Durante a operação, especialistas realizaram uma explosão controlada, o que gerou uma densa coluna de fumaça preta. “Tudo ocorreu conforme o planejado”, disse à agência Reuters Sandy Mackey, porta-voz da Agência de Gerenciamento de Emergências de Ohio.
O cloreto de vinila é um gás incolor que queima facilmente, usado na fabricação de tubos de cloreto de polivinila (PVC) e outros produtos. O trem, operado pela Norfolk Southern Railroad e composto por três locomotivas e 150 vagões de carga, seguia de Illinois.
A Norfolk Southern informou que foi elaborado um plano para que o material tóxico fosse drenado com segurança e sob a supervisão de especialistas e socorristas. A empresa também comunicou que funcionários monitoram a qualidade do ar.
A Agência de Proteção Ambiental americana informou nesta segunda-feira (13) que não detectou “níveis preocupantes” de substâncias prejudiciais à saúde no ar e que o abastecimento de água potável na região tampouco foi impactado.
Investigações apontam que o descarrilamento aconteceu porque um eixo estava quebrado. Ninguém ficou ferido.
Teorias
Nos últimos dias, publicações em tom alarmista e com informações falsas nas redes sociais têm gerado pânico na região. Algumas postagens comparam o caso ao acidente nuclear de Tchernóbil, que aconteceu na Ucrânia, em 1986, e relegou consequências por décadas.
À época, autoridades esconderam da população informações sobre a explosão de um reator que liberou na atmosfera radiação 400 vezes superior à emitida pela bomba atômica de Hiroshima.
As teorias da conspiração ganharam força após a prisão de um repórter durante uma entrevista coletiva do governador de Ohio, Mike DeWine. O argumento usado para a detenção, segundo o site News Nation, onde o jornalista trabalha, foi de que ele estava fazendo muito barulho.
Pelo menos dois moradores já entraram com uma ação contra a Norfolk Souther para exigir que a companhia garanta um monitoramento de saúde à população local. Acesse também: Conheça o DJ de funk brasileiro dono do remix que Rihanna usou Super Bowl
Com informações da Folhapress