EUA passam a exigir redes sociais públicas de estudantes estrangeiros para liberar visto

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nova regra já está em vigor e gera críticas sobre violações de privacidade e liberdade de expressão

O governo dos Estados Unidos implementou uma nova regra que obriga estudantes estrangeiros a deixarem suas redes sociais com perfis públicos durante o processo de solicitação de visto. A medida, que já está em vigor, vale para quem busca vistos das categorias F (acadêmico), M (vocacional) e J (intercâmbio).

Segundo o Departamento de Estado, a checagem dos perfis tem como objetivo identificar comportamentos que possam ser considerados ameaças à segurança nacional, como manifestações de apoio a grupos extremistas, discursos de ódio ou conteúdos considerados hostis aos Estados Unidos.

A regra também estabelece que, caso o solicitante se recuse a tornar suas redes públicas, isso pode ser interpretado como tentativa de ocultar informações, podendo impactar diretamente na concessão do visto.

A decisão gerou fortes críticas de organizações de direitos civis, especialistas em educação e entidades internacionais. Para esses grupos, a exigência fere diretamente o direito à privacidade e à liberdade de expressão, além de abrir espaço para interpretações subjetivas e até perseguições por posicionamentos políticos.

O endurecimento nas regras ocorre em meio ao aumento de manifestações pró-Palestina em universidades americanas. Desde março, mais de 300 vistos foram cancelados, em grande parte de estudantes que fizeram postagens sobre o conflito no Oriente Médio ou críticas às ações dos Estados Unidos e de aliados como Israel.

Além de afetar quem está em processo de solicitação, a política também gera insegurança para estudantes que já estão no país, que podem ter seus vistos revisados ou cancelados a qualquer momento. A repercussão negativa pode, inclusive, impactar o interesse de estudantes estrangeiros em escolher os Estados Unidos como destino acadêmico, com tendência de migração para países como Canadá, Reino Unido e Austrália, onde não existem restrições desse tipo.

Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *