A 6ª etapa da Stock Car, que acontece hoje (11), no Autódromo Internacional de Campo Grande, terá um significado especial para muitos dos pilotos. Eles passarão o Dia dos Pais na pista e o maior presente que poderiam dedicar aos seus descendentes é o troféu de campeão, ou, pelo menos, um lugar no pódio.
Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado, o corredor mais experiente do automobilismo mundial, Rubens Barrichello, e o piloto em ascensão na modalidade, Nelsinho Piquet, abriram seus corações para falar sobre esta data tão especial. O primeiro inspira os dois filhos a amarem o asfalto, e o segundo tem o tricampeão mundial de Fórmula 1 como referência.
Atualmente, Barrichello, 47, mora com a família nos Estados Unidos, mas alguns empreendimentos e as corridas mantêm o piloto por muito tempo no Brasil. Contudo, ele não estará sozinho neste domingo, uma vez que seu filho mais velho, Eduardo, virá prestigiar o evento. “Como não moramos aqui ele virá só para estar comigo no Dia dos Pais, vai ser um domingo muito gostoso”, revela.
O rapaz, de 18 anos, disputa a Fórmula 4, categoria destinada aos juniores. Com isso, é provável que ele siga os passos do pai. “Quando a gente toma café, fazemos isso falando de automobilismo. Aliás, sempre que estamos juntos, conversamos sobre automobilismo, não tem jeito do bichinho não ter mordido eles”, diz.
Ele também se refere ao caçula, Fernando, de 14 anos. O caçula é premiado no kart, mas agora está De pai para filho: velocidade corre nas veias dos principais pilotos da Stock Car Filho do tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelsinho Piquet segue os passos do pai experimentando os gramados. “O Fefe deu um tempo das pistas e está jogando bola. Para mim é superimportante que ele pratique esporte, mas não necessariamente faça algo que o pai faz. Então também gosto da ideia de um deles não correr”, declara Barrichello.
Mesmo com a distância, ele afirma que consegue estar presente em todos os momentos significativos da vida dos filhos. Ver os dois traçando um futuro nas pistas é motivo de satisfação para o competidor, mas nada que não parta deles. “Eles são muito bons no que fazem, quando vejo eles guiando tenho um orgulho muito grande. Mas eles mesmo vão criar a própria história; são eles que vão abrir as portas para o futuro deles, independente do que vão fazer”, finaliza.
Filho do tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelsinho Piquet segue os passos do pai
Enquanto uns passam a data comemorativa longe dos filhos, outros passam longe do pai. O piloto Nelson Piquet Júnior, 37, está na Capital para tentar sair da 11ª colocação na classificação geral. Apesar de estar há menos de dois anos na Stock Car, passou pelo Kart, F3, F1, entre outras modalidades do esporte.
Além da paixão, herdou o talento de um dos maiores pilotos de Fórmula 1 do mundo. Ainda assim, afirma ter escolhido o automobilismo por inciativa própria. “Meu pai tem muitos filhos, são cinco. Ele nunca empurrou nada, uns escolheram andar, outros não tiveram interesse. Eu nunca fui muito fã de escola, mas sempre fui tarado por pilotar, estar no ambiente do kartódromo”, diz.
Piquet Jr. também é sincero quando fala que não teve o pai tão presente em sua carreira quanto imaginam. “Ele sempre passou muito tempo trabalhando na empresa dele, então não ficava muito nas pistas comigo, eu treinava mais sozinho. Claro que ele me ajudou o máximo que pôde, mas tem coisas que você só aprende com o tempo, errando e refazendo. Meu maior aprendizado com ele foi a paixão pelo esporte, a dedicação e o profissionalismo”, desabafa.
Quando os pilotos mudam de patrocinadores e de montadora, adéquam o uniforme e os equipamentos às cores das empresas. Coincidência ou não, neste fim de semana ele correrá com um capacete que remete a seu pai. “Depois de muitos anos voltei a ter um desenho muito parecido com o do meu pai e deu um pódio. É o que pretendo usar daqui para a frente, vamos ver se a sorte continua”, finaliza.
Pilotos tentam melhorar colocação em pista desgastada da Capital
Ambos estão em colocações distintas da tabela. Barrichello está em 3º lugar, com 137 pontos. Mais de 50 estão em jogo neste domingo e, caso se saia bem nas duas corridas, pode alcançar o segundo ou até o primeiro lugar.
“A gente vem de uma campanha não tão positiva nas duas últimas provas. Fizemos um bom estudo da casa, para poder melhorar, então a expectativa é a melhor possível para Campo Grande”, projeta o piloto.
Piquet está na 11ª posição, com 78 pontos, apenas 1 a menos que o 10º colocado e dois a menos que o 9º. “Estamos com um pouco de dificuldade de classificar bem e isso faz muita diferença no final.
Mas temos feito boas corridas, fizemos pódio na última corrida. Tem de pensar positivo para ganhar a corrida, mas os outros 30 carros que estão aqui pensam da mesma forma, então não é fácil”, fala.(Danielle Mugarte)
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