Top 10 momentos que o Brasileirão quebrou tabus

Que o Flamengo deixou uma marca no Campeonato Brasileiro de 2019 nós já sabemos. Mas o que também, não pode passar despercebido são os momentos de clubes e craques que merecem ser lembrados por ações afirmativas, solidariedade e o combate à discriminação, dentro e fora de campo. A lista dos 10 grandes momentos do Brasileirão elencada pelo El País, vai desde gols a atletas paralímpicos. Confira:

10. Teve gol (e que golaço) do Gabigol

O craque ícone da frase “Hoje tem gol do Gabigol” prestou homenagem ao Dia Nacional dos Surdos (26 de setembro) falando a mesma frase em libras, língua brasileira de sinais, em frente às câmeras.

Foto: Reprodução/Internet

9. Futebol para o povo

A fim de diminuir a elitização dos estádios, clubes contemplaram seus torcedores de baixa renda com iniciativa de planos e promoções dos ingressos a partir de R$ 4,00. Entre as torcidas contempladas estão Vasco, Flamengo, Corinthians e Palmeiras e outros seis times da Bahia e de Fortaleza.

8. Gandulas cadeirantes

Em jogo contra o Avaí, pelo segundo turno, o São Paulo substituiu seus gandulas habituais por pessoas cadeirantes ou com próteses. A ação, que envolveu 10 atletas paralímpicos, buscava chamar a atenção para a importância de se discutir acessibilidade e inclusão por meio do esporte.

Foto: Reprodução

7. Camisa manchada de óleo

Os jogadores do Bahia entraram em campo diante do Ceará com camisas salpicadas por manchas escuras, um protesto do clube contra o vazamento de óleo que atingiu as praias de todo o litoral do Nordeste. O uniforme “manchado” foi leiloado pela equipe baiana, com renda revertida para os trabalhos voluntários de limpeza dos lugares afetados por resíduos de petróleo no Estado.

6. Representatividade feminina

Depois de 14 anos, o Brasileirão voltou a ter uma mulher no apito. A paranaense Edina Alves, de 39 anos, foi a única mulher a apitar na Série A, algo que não acontecia desde Sílvia Regina de Oliveira, em 2005. Além da competição nacional, ela também trabalhou na Copa do Mundo feminina e foi eleita, em novembro, a quarta melhor árbitra do mundo.

Foto: Reprodução

5. Torcedor racista não é bem-vindo

Jogadores do Ceará relataram insultos racistas e xenófobos por parte de torcedores santistas durante jogo na Vila Belmiro. No dia seguinte, o clube praiano divulgou um manifesto: “Se você é racista, preconceituoso ou xenófobo, por favor, não compareça aos jogos do Santos, não seja Sócio Rei e não use nossos produtos oficiais. Melhor ainda: deixe de torcer para o Santos. Você não merece esse clube e não bem-vindo em nossa casa.” A equipe ainda lançou uma camisa especial para reverenciar ídolos negros de sua história.

4. Timão contra a discriminação

Em parceria com o Memorial do Holocausto, o Corinthians voltou a estampar uma estrela em sua camisa para lembrar as vítimas da perseguição aos judeus iniciada em 9 de novembro de 1938, no episódio que ficou conhecido como “Noite dos Cristais”. Em seu último jogo na Arena, neste domingo, o time paulista homenageou Juarez Xavier, professor que sofreu racismo no Dia da Consciência Negra.

3. Virando o jogo a favor da diversidade

Os cruzeirenses Warley e Yuri foram hostilizados depois que imagens de ambos abraçados no Mineirão começaram a circular pelas redes sociais como deboche clubista. Porém, o casal de namorados resolveu utilizar o episódio para rebater a homofobia. “Obrigado ao homofóbico que gravou esse vídeo, agora ele é uma declaração de amor eterna”, disse Yuri. Em Porto Alegre, Nicolli foi surpreendida pela namorada Juliana em plena Arena do Grêmio. Tratou-se do primeiro pedido de casamento gay da história do estádio, aplaudido de pé pela torcida gremista.

2. Com homofobia, a bola não rola

Pela primeira vez no Brasil, um jogo de futebol foi paralisado por causa de cânticos homofóbicos. O árbitro Anderson Daronco interrompeu o duelo entre Vasco e São Paulo, quando parte da torcida vascaína cantava “time de viado” nas arquibancadas de São Januário para provocar os rivais. Após serem notificados, jogadores e o técnico Vanderlei Luxemburgo acenaram do campo para que os torcedores não entoassem mais os gritos ofensivos.

Foto: Reprodução

1. Um discurso para a história

Em outubro, Fluminense e Bahia se enfrentaram no Maracanã. De um lado, Marcão. Do outro, Roger Machado. Os dois únicos técnicos negros, até então, do Campeonato Brasileiro. Após a partida, o técnico do time baiano proferiu um discurso antológico ao usar o futebol para refletir sobre o racismo estrutural. “Se não há preconceito no Brasil, por que os negros têm o nível de escolaridade menor que o dos brancos? Negar e silenciar é confirmar o racismo”, disse Roger em entrevista coletiva. Na última sexta, ele foi homenageado com a medalha Zumbi dos Palmares pela Câmara de Salvador.

https://www.youtube.com/watch?v=aDE8Z5Xk0tQ&feature=youtu.be

(Texto: Lyanny Ferreira com El País)

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