Pandemia ‘sacrifica’ pelo menos dois mil jovens atletas em MS

Wander Roberto/COB
Wander Roberto/COB

COB prioriza a saúde e alunos entre 15 e 17 anos são alijados das competições

O cancelamento pelo segundo ano seguido da edição nacional dos Jogos Escolares afetará pelo menos dois mil alunos-atletas em Mato Grosso do Sul, na faixa dos 15 a 17 anos.

A decisão anunciada segunda-feira (16), pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), que alegou o agravamento da pandemia, gera um efeito dominó. Em nível nacional, aproximadamente cinco mil jovens valores deixarão de disputar o evento esportivo de base mais importante do país, que já revelou nomes como Mayra Aguiar, no judô, Hugo Calderano, no tênis de mesa, e Leonardo de Deus, na natação.

Já as seletivas realizadas em cada unidade da Federação movimentam pelo menos 2 milhões de competidores, segundo informações do comitê. Na edição sul-mato-grossense de 2019, foram pelo menos dois mil alunos entre 15 e 17 anos, em busca da classificação. Na última edição nacional, disputada em novembro daquele ano, em Blumenau (SC), o Estado levou pelo menos 80 atletas, entre modalidades individuais e coletivas.

“O Comitê Olímpico do Brasil informa o cancelamento da edição de 2021 dos Jogos da Juventude, devido à gravidade da pandemia COVID-19 e à disseminação de novas cepas de coronavírus, Nos vemos em 2022!”; esta foi a nota do COB, divulgada por meio do Twitter, no começo desta semana.

Para Elaine Nagano, um dos principais nomes da ginástica artística de Campo Grande e responsável pelo Cefat (Centro de Formação de Atletas), “continuamos em um momento difícil, que o mundo inteiro está passando, é uma decisão muito difícil [a do COB], mas eu apoio”.

Ela admite que muitos alunos perderão a chance em competir nos Jogos Escolares nacionais por conta do limite da idade. “Por mais que a gente perca atletas, mas a gente vai perder por desmotivação, ou por causa da idade, em que já perdemos bastante atletas”, lamenta. “Mas acredito que é uma decisão sensata, em razão da situação em que a gente vive. Colocar atletas agora em risco (por conta da COVID), a gente perde muito mais atletas do que cancelar os Jogos agora”, argumenta Elaine.

Vôlei cria torneios Sub-20 e Sub-21

Para José Eduardo da Mota, o “Madrugada”, presidente da FVMS (Federação de Voleibol de Mato Grosso do Sul), a decisão do COB é acertada. “Nós também a adotamos na CBV [Confederação Brasileira de Voleibol], as competições foram canceladas”, disse o dirigente à reportagem, por telefone, anteontem.

Segundo Madrugada, no vôlei de quadra, para atender a faixa etária prejudicada pelo cancelamento das competições, serão criadas competições Sub-20, no feminino, e Sub-21, no masculino.

No vôlei de praia, modalidade considerada individual, as disputas foram retomadas este ano. “Na CBV, fomos orientados pelo corpo médico”, justifica o presidente da federação.

Sobre os Jogos Escolares nacionais, Madrugada ressalta que a pandemia não está controlada. “Esses garotos iriam circular pelos aeroportos, estão voltando às aulas neste mês”, argumenta, sobre o risco do aumento no contágio.

“No individual é mais fácil de controlar, na quadra é mais difícil de controlar, muito mais gente, só tem um técnico”, completa.

A previsão é a de que, em Mato Grosso do Sul, o voleibol de quadra volte a ter competição em novembro, com a Sub-15. Em um quadro mais realista, diz o dirigente, as competições de base, tanto do COB como as da CBV, os campeonatos serão reiniciados no primeiro semestre de 2022.

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