DIEGO IWATA LIMA
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Palmeiras entende que a manutenção de seus principais jogadores somada à consolidação de alguns atletas formados na base serão suficientes para manter o time no elevado patamar que o levou a quatro títulos nos dois últimos anos. A reportagem conversou com membros da diretoria do clube, e é uníssona a conclusão de que a chave de mais uma boa temporada já está “em casa”.
Não que o clube não vá contratar. Trouxe o goleiro Marcelo Lomba, o meia Eduard Atuesta e o centroavante Rafael Navarro. Tem tudo acertado para assinar também com o volante Jailson, revelado pelo Grêmio e que estava no futebol chinês. E, ainda que sem pressa, quer um outro camisa 9 e um zagueiro canhoto.
A falta de “sangue nos olhos” no mercado tem, é claro, lastro na contenção de despesas. Mas ainda que o orçamento fosse vasto, o clube não crê que o sucesso necessariamente passe por contratações. A avaliação é de que o elenco estará mais maduro e “cascudo”, e que alguns jogadores da base, como Gabriel Menino e Gabriel Veron, especialmente, farão a diferença a favor do Palmeiras na temporada 2022.
Dos garotos revelados no clube atualmente no time profissional —contingente que tem ainda Renan, Danilo, Patrick de Paula e Wesley—, Menino e Veron foram os que menos se destacaram, em que pese o atacante ter feito a jogada que levou ao gol de Dudu nas quartas de final da Libertadores, contra o Atlético-MG, que classificou o Palmeiras para a final e para o título.
Existe ainda a avaliação de que mais jogadores da base poderão ser importantes nesta temporada. Gustavo Garcia, lateral-direito, Lucas Freitas, zagueiro, e os atacantes Giovanni e Gabriel Silva são esperados no elenco profissional com o fim da Copa São Paulo. Bem como o meia Allanzinho, que retornou ao clube após se lesionar no Guarani e foi até para a pré-lista de inscritos do Mundial de Clubes.
A convicção alviverde é incômoda para a torcida diante da movimentação de alguns adversários, que estão ou parecem estar mais ativos neste período de pré-temporada e abertura de janela, e do desejo de ver um time recheado de nomes de impacto.
Durante a entrevista coletiva do diretor Anderson Barros e a live da presidente Leila Pereira na quarta-feira (5), os comentários no canal de YouTube da TV Palmeiras, que transmitiu os dois eventos, davam o tom de frustração —em nada arrefecidos com a anúncio do acerto com o volante Jailson.
Mas o pensamento do clube é claro. E até faz sentido: afinal, se há um elenco que já demonstrou responder quando requisitado, esse é elenco é o do Palmeiras. Além disso, a maior parte dos titulares bicampeões se reapresentou na Academia de Futebol.
Resta saber quanto disso tem a anuência de Abel Ferreira, que, nos momentos de derrotas e quando colocado contra a parede durante 2021, não titubeou em apontar o dedo e reclamar publicamente da falta de reforços e reafirmar que avisara da necessidade de se “elevar o sarrafo” para que o time seguisse vencendo.
Mas exceto por Dudu, que voltou de empréstimo, e Piquerez, que substituiu o negociado Viña, o time que bateu o Flamengo em Montevidéu, em 27 de novembro, estava inteiro no clube quando o adversário vencido na final da Libertadores foi o Santos, em 30 de janeiro.
Com o sarrafo na mesma altura, portanto, o resultado foi o mesmo, só que desta vez contra um adversário mais qualificado tecnicamente. Se vai funcionar em mais uma temporada, o mês de dezembro é que irá contar.