Encerrados os Jogos Pan-Americanos, no último dia 11, Lima, no Peru, será o palco do Parapan, com a abertura oficial na sexta-feira (23). Entre os 337 para-atletas do Brasil, 12 são de Mato Grosso do Sul e muitos com chances reais de medalhas.
Diferente da competição encerrada no começo deste mês, o paradesporto conta com representantes que moram e treinam no Estado. Entre eles, Luan Simões Pimentel. Nascido em Camapuã, a 140 km de Campo Grande, o judoca reside na Capital. Presença constante nas convocações do judô paralímpico, o para-atleta viajou sábado (17) para São Paulo, onde se juntou à parte da delegação nacional que embarca neste domingo (18) rumo à Lima.
Antes, na quarta-feira (14), ainda na Cidade Morena, Luan falou à reportagem de O Estado MS sobre o que espera de seu primeiro parapan. “Eu participei em 2017 do Parapan de Jovens (em São Paulo-SP), já deu para ter uma noção de como que era. Um evento grande, apesar de ser de base. Muita gente participa, então cria uma atmosfera muito legal, de conhecer várias pessoas, de esportes diferentes, de ter essa convivência diferente, com todos os atletas, fica um clima bem legal assim”, comentou o judoca de 21 anos. “Mas, vai ser a minha primeira experiência de ir para a vila parapan-americana. Pelo que os atletas mais experientes já falaram, vai ser uma experiência bem legal. Espero que saia tudo bem”, acrescenta.
Sobre a expectativa em cima do tatame, o camapuense elenca os principais adversários. “Tem um atleta da Argentina, que é um cara experiente, um dos Estados Unidos, compete bastante em competições internacionais, já lutei contra ele. Pode ser que apareça uma surpresa mas estes dois provavelmente vão estar e serão atletas bem duros”, analisa o judoca do Ismac. Os combates do peso -73 kg serão no próximo domingo (25).
Questionado se os Jogos em Lima servem de parâmetro para Tóquio 2020 ou é mais uma chance de ganhar experiência internacional, Luan relembra que, para o judô, as lutas em Lima não valerão pontos para o ranking de Tóquio 2020. “Vai ter outro parapan ano que vem (da modalidade), que vai valer pontos para a gente. Mas, é importante estar representando o Brasil e só isso acaba já sendo uma carga de responsabilidade bem grande, levando o nome do nosso país para uma competição continental”, diz o sul-mato-grossense. “Toda competição é uma oportunidade de ganhar experiência. Esta também é uma delas, já também para se habituar a este tipo de clima de competição”, completa o para-atleta, ao deixar claro que a Paralimpíada é um sonho possível.
Com delegação recorde, embarque foi dividido em seis dias
Os primeiros integrantes da delegação brasileira que participará dos Jogos ParapanAmericanos de Lima 2019 embarcaram para a capital peruana no sábado (17). Integrantes do atletismo, halterofilismo, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa e vôlei sentado iniciaram a viagem para a capital peruana, assim como alguns membros da equipe técnica e administrativa.
O embarque para a principal competição das Américas foi dividido em seis dias. No domingo, 18, será a vez do basquete em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, judô e natação seguirem viagem.
A cerimônia de abertura do evento será realizada na sexta-feira (23), e as disputas seguem até o dia 1º de setembro. Segundo o CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) serão 337 atletas. Ao todo, a delegação será composta por 513 pessoas. Esta é maior delegação brasileira na história de Parapans e as 17 modalidades terão representantes.
O país busca repetir o feito das três últimas edições. Desde 2007, quando a competição passou a ser realizada na mesma sede dos Jogos Pan-Americanos (tal qual ocorre nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos), os atletas brasileiros não conhecem outro resultado que não seja o primeiro lugar no quadro geral de medalhas. Foi assim no Rio 2007, em Guadalajara 2011 e Toronto 2015.
Neste último, foram 257 medalhas, das quais, 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze. (Luciano Shakihama)