jogador de Valorant começou em Counter-Strike com 11 anos

Sacy

Gustavo “Sacy” Rossi, de 23 anos, é um dos maiores nomes no cenário competitivo nacional de Valorant. Membro da Team Vikings, ele foi um dos representantes brasileiros no Masters da Islândia, primeiro torneio a nível mundial da história do jogo. O pro player também faz lives na Twitch, onde conta com mais de 340 mil seguidores. Antes de começar no mundo do shooter da Riot Games, Sacy foi profissional de League of Legends (LoL) e fez história pela RED Canids, alcançando o título de campeão brasileiro em 2017. Ao TechTudo, o jogador comentou sobre o início da sua vida profissional no Counter-Strike, a influência do pai e a transição de jogos.

Sacy fez a difícil transição de um jogo MOBA para um FPS, dois mundos completamente diferentes. Contudo, ele classifica essa mudança como “tranquila”, tendo em vista que sempre foi apaixonado pelos jogos de tiro desde a infância. O jogador relata que o amor pelos shooters começou quando era bem novo, e aconteceu muito por influência do pai, com quem dividiu o quarto na casa dos avós até os 17 anos. Na época, seu pai adorava Team Fortress Classic, um mod de Half-Life bastante popular.

Além disso, Sacy também era levado pelo pai a diversas lan houses, onde jogava outros tipos de jogos como Gunbound, por exemplo. Contudo, como o TFC sempre foi bem presente em sua vida, a paixão pelos FPS falou mais alto, e ele começou a se aventurar competitivamente no Counter-Strike com apenas 11 anos.

“A partir do momento que ele me levava para a lan house, eu jogava CS. A galera via que eu jogava bem e parava para me assistir”, lembra o jogador. Seu pai então percebeu o dom do filho e incentivou: “acho foi ele que me passou esse talento”, brinca.

Apesar disso, Sacy optou por seguir carreira profissional no cenário de League of Legends. Ele cita que o principal fator pela escolha foi que os jogos de tiro não tinham apoio no país na época. “Tive que jogar por conta da estrutura. Aqui no Brasil, o FPS era muito fraco, não tinha tanto investimento e o LoL cresceu bastante”.

Mas a verdade é que Sacy não era apaixonado pelo game. O jogador revela que “não tinha muita vontade” de jogar o MOBA, então assim que Valorant foi lançado no Brasil, não pensou duas vezes. “Reconheci o potencial do jogo desde o anúncio”, disse.

Mesmo com uma bagagem extensa nos shooters, Sacy conta que sofreu certo preconceito por outros jogadores por ter vindo de uma modalidade diferente. “A galera não dava nada por mim porque ninguém conhecia minha história e diziam que ‘LoLzeiro não vai se dar bem no FPS’”, conta o pro player. Porém, ele afirma que logo no início dos campeonatos já mostrou todo o seu talento, destacando-se dos demais e ganhando o respeito da comunidade.

Manter-se em alto nível, no entanto, não é uma tarefa fácil. Sacy atribui isso a uma rotina séria e à disciplina, duas coisas que aprendeu quando era profissional de LoL. Sua experiência com o MOBA, inclusive, foi um dos fatores determinantes para que se destacasse logo cedo no Valorant. “O LoL me ensinou a ter profissionalismo, a ter rotina. Isso foi o que me colocou no topo logo no começo do jogo”, afirma.

Mais de um ano depois do lançamento do Valorant, Sacy afirma que outros jogadores já começaram a aprender o que lhe foi ensinado no MOBA e, com isso, também ganharam destaque na cena nacional. Ele cita como exemplo os seus próprios companheiros de equipe, além dos membros da Gamelanders, principalmente Leonardo “mwzera” Serrati, quem ele considera um dos melhores do Brasil.

O Masters de Reykjavík foi cercado de expectativas por parte da torcida, já que o Brasil é considerado um dos melhores países nos jogos de tiros. Times brasileiros já conquistaram campeonatos mundiais no Counter-Strike, Rainbow Six Siege, Point Blank, entre outros. Contudo, a campanha verde e amarela do FPS da Riot terminou com uma vitória e quatro derrotas no somatório dos dois times, Sharks e Team Vikings. Segundo Sacy, “faltou muita coisa” para o país na competição. “Lá [na Islândia], eu senti que mecanicamente nós, brasileiros, somos muito bons. Mas o que falta é a teoria, a parte tática, entender o jogo”, avalia o jogador.

Apesar disso, ele acredita que este “é só o começo” da história da região nos campeonatos internacionais, e que o Masters serviu de aprendizado para entender o meta de cada país. Por isso, Sacy está confiante de que em Berlim, o próximo grande torneio internacional previsto para setembro, o Brasil tem boas chances de obter um resultado melhor. “Os times evoluíram muito. A galera está levando bem mais a sério o jogo, estão dando muito mais o sangue. Independentemente de quem for pra lá, nossa chance de chegar longe com certeza aumentou”, conclui Sacy. Acesse também: CBLOL 2021: RED enfrenta o time da Vorax pela semifinal

(Com informações Techtudo)

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