Fortaleza espera aumento de 30% nas receitas em 1º ano na Libertadores

Foto: Reprodução/Twitter Conmebol
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Em 2022, a região nordeste do país voltará a ter um representante na disputa da Copa Libertadores depois de 13 anos. O responsável pelo fim do hiato será o Fortaleza, que encerrou o Campeonato Brasileiro na 4ª posição, garantindo uma vaga direta na fase de grupos da competição continental.

Em 103 anos de história, essa será a primeira vez que o time tricolor disputará o torneio. A visibilidade que a participação renderá ao clube faz o presidente Marcelo Paz projetar um crescimento de 30% na arrecadação.
“A gente já passou a ter uma procurar maior [de empresas]. Já tem patrocinadores procurando a gente por espaço na camisa. E a gente estima um aumento de 30% com patrocínios e com os sócios torcedores em 2022”, afirmou Paz, ao jornal Folha de S.Paulo.

Em 2020, a receita com patrocínios e publicidade foi a quarta maior do clube, com 11% dos R$ 85 milhões, cerca de R$ 9 milhões, que entraram no caixa tricolor. Já o valor obtido com os sócios foi o segundo maior no balanço, com 16%, cerca de R$ 13,6 milhões, atrás de direitos de TV (36%). A venda de atletas respondeu por 14% e foi a terceira maior fonte, segundo relatório do banco Itaú BBA.

De acordo com o documento divulgado pela instituição financeira, a dívida total do Fortaleza é de cerca de R$ 43 milhões.

Ainda que a expectativa seja de obter um faturamento maior, o mandatário do Fortaleza avisa que o clube não deverá mudar sua política de gastos na próxima temporada.

“A nossa folha salarial é de R$ 3,5 milhões mensais. Para o ano que vem, nossa expectativa é aumentar, já que teremos cinco competições, mas o nosso time não é formado por estrelas e não tem um expoente tão grande, a força está no coletivo e também no DNA ofensivo que vem desde a passagem do Rogério [Ceni]”.

Apesar de seu mandato atual terminar neste mês, Marcelo Paz já trabalha no planejamento para 2022 pois ele não terá adversários no pleito marcado para o próximo dia 11.

O cartola está à frente do clube desde novembro de 2017, quando Eduardo Girão renunciou para concorrer nas eleições ao Senado, em 2018, e seu então vice assumiu o cargo. Depois, Paz foi eleito em 2018, com mandato até dezembro deste ano. no último sábado (11), ele foi reeleito, com mandato até 2024. Desta forma, o dirigente fez parte de toda a ascensão recente do time.

 

Da série C à Libertadores

Há apenas quatro anos, a equipe cearense disputava a Série C do certame nacional. Após conquistar dois acessos consecutivos, chegou à elite em 2019, ano em que foi o nono colocado. Na edição seguinte, teve uma temporada irregular e quase voltou à Segunda Divisão, escapando da degola apenas por ter um saldo de gols melhor do que o do Vasco (-10 contra -19).

O descenso seria uma acidente de percurso na trajetória do clube, que se reestruturou apostando em uma gestão que evita gastar mais do que arrecada.

“Com a nossa reestruturação, nós conseguimos trazer nomes estrangeiros. O próprio treinador que veio [o argentino Juan Pablo Vojvoda] buscou se cercar de informações sobre o clube antes de fechar, para saber se a gente honrava com os nossos compromissos”, cita o presidente.

Contratado em maio, Vojvoda conseguiu manter o Fortaleza entre os cinco primeiros do Brasileiro durante a maior parte da competição. A pior colocação da equipe no torneio foi cair para o sexto lugar.

Com 17 vitórias em 38 jogos, além de 7 empates e 14 derrotas, a equipe cearense somou 58 pontos sob o comando do argentino, terminou o Nacional em quarto, tornando-se o primeiro clube do nordeste a conquistar uma vaga na Libertadores na era dos pontos corridos, iniciada em 2003 –vale destacar, ainda, que o time foi semifinalista da Copa do Brasil, fase em que foi eliminado pelo Atlético-MG.

O último time nordestino a se classificar para a competição foi o Sport, em 2009, em vaga conquistada ao vencer o mata-mata nacional de 2008.

Além do time de Recife, que também disputou o torneio continental em 1988, o Bahia (1960, 1964 e 1989) e o Náutico, em 1968, representaram os clubes nordestinos no torneio continental.

“[A classificação do Fortaleza] é um feito para a região. Pelo quarto ano seguido nós tivemos quatro times nordestinos no Brasileiro. É uma região que ama o futebol, tem torcidas apaixonadas, tem arenas de alto nível e clubes que estão se organizando em termos de gestão. É muito importante o futebol internacional e sul-americano começar a se acostumar com mais clubes nordestinos nos torneios”, afirmou Paz.

(LUCIANO TRINDADE/FOLHAPRESS)

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