De MS para SP, Fabrício corre em busca de vaga no Mundial

Após superar o norte-americano Noah Malone, favorito nos 100m durante os Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019, o sul-mato-grossense Fabrício Júnior terá outra missão para impulsionar sua carreira no atletismo. Ele participa do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa, que acontece entre hoje (27) e domingo (29), em São Paulo.

O jovem de 21 anos protagonizou uma das cenas mais emblemáticas da maior competição de paradesporto das Américas e garantiu um dos 33 ouros para o Brasil, com a marca de 10s97, apenas das condições climáticas adversas. Agora, tem pela frente a pista de atletismo do Centro de Treinamento Paralímpico de São Paulo (SP), que contará com 872 atletas.

Esta é a última chance para que Malone garanta sua vaga no Mundial da categoria. Seu número-chave é 10s81, marca estabelecida pelo Departamento Técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para garantir a vaga no Mundial pelos 100m T12 (atletas com baixa visão). Até o momento, 17 atletas já atingiram o índice para o Mundial.

“A minha preparação para o Campeonato Brasileiro foi contínua após o Parapan. Praticamente não houve descanso e eu tenho noção de que tenho condições de fazer uma boa marca para alcançar o índice para o Mundial. Claro que as condições climáticas e da pista precisam ajudar, mas acredito que tudo acontecerá da melhor maneira. Tudo o que for possível irei executar dentro da pista para que o resultado venha”, diz o atleta, cuja visão é reduzida em decorrência de uma toxoplasmose.

O rapaz é natural de Nioaque, a 179 km da Capital. Ele foi para São Paulo com o pai ainda novo e, em 2013, conheceu o esporte por meio de uma associação destinada para cegos. O treinador Daniel Sena, de Campo Grande, conta que já trabalhou com o atleta em uma das suas passagens como técnico da Seleção Brasileira.

Conheci o Fabrício em São Paulo. Na minha convocação do ano retrasado tive a oportunidade de trabalhar com todos eles, o David, a Gabi, a Silvana, o irmão dela, e todos aqui do Estado. Em uma conversa com o grupo notei o Fabrício, menino simples e tranquilo, e conversando com ele me disse que era de Mato Grosso do Sul e que morava com a mãe em Nioaque, fala.

Os participantes foram classificados para a competição por meio do ranking nacional. Os pontos do ranking são obtidos em competições qualificadas. No primeiro semestre, os competidores puderam buscar estas marcas em quatro fases regionais. Outras oportunidades foram as duas etapas nacionais do Circuito, ambas realizadas no CT Paralímpico. A primeira ocorreu em junho, já a segunda, em agosto.

(Texto: Danielle Mugarte)

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