Comitê Olímpico Russo irá recorrer sobre punição de Kamila Valieva e treinadora se pronuncia

Foto: Getty Images
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O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) anunciou a desqualificação da patinadora artística Kamila Valieva por um período de quatro anos, a partir de 25 de dezembro de 2021. A decisão foi tomada devido ao caso de doping detectado durante o Campeonato Russo de 2021.

O Court of Arbitration for Sport (Tribunal de Arbitragem Desportiva – CAS) anunciou uma decisão, desqualificando a patinadora russa Kamila Valieva por quatro anos, até o final de 2025. A suspensão ocorreu devido ao uso de drogas ilegais, em particular, a substância proibida “Trimetagin” um medicamento no tratamento contra depressão.

A patinadora, que tinha apenas 15 anos durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022, teve seu resultado positivo para doping revelado durante a competição. Como resultado, a medalha de ouro conquistada na competição por equipes foi invalidada, afetando não apenas Valieva, mas toda a equipe russa. Atualmente com 17 anos, Kamila Valieva tem a opção de recorrer da decisão em um prazo de 30 dias, situação a qual o Comitê Olímpico Russo já realizou.

A treinadora de Kamila Valieva, Eteri Tutberidze, compartilhou nesta última quarta-feira (31) sua perspectiva sobre a punição em uma publicação no Instagram. Ela expressou sua abstenção de comentar o caso nos últimos dois anos, destacando a proibição imposta à equipe de abordar a situação publicamente. Tutberidze enfatizou sua dedicação ao jogo limpo e questionou a origem da substância, ressaltando que a história de Kamila é uma fonte de dor para toda a equipe.

Tutberidze também levantou dúvidas sobre o processo, questionando se alguém defendeu Kamila durante as audiências e expressando descontentamento com o veredicto. Ela afirmou continuar apoiando Kamila, considerando-a a atleta mais talentosa, enquanto permanece comprometida com a integridade do esporte.

Confira a postagem:

 

Tradução da nota:

“Há dois anos me abstenho de comentar a situação envolvendo o doping de Kamila Valieva detectado no Campeonato Russo de 2021, apesar do ódio imerecido e incessante e das acusações dirigidas a mim. Toda a nossa equipe foi terminantemente proibida de comentar ou avaliar de qualquer forma a situação em andamento, pois isso poderia influenciar e dificultar a investigação. Eu, talvez mais do que ninguém, queria que esta história fosse investigada minuciosamente e que eu não tivesse dúvidas, mesmo que fosse um engano, um erro ou um crime da parte de alguém. Há muitos anos trabalho incansavelmente, sem finais de semana ou férias, pelos resultados dos atletas e, como ninguém, quero saber o que aconteceu com Kamila e como essa substância entrou em seu corpo. Todos os meus atletas estiveram e permanecem limpos; Defendo o jogo limpo e não pode ser de outra forma.

Desde 2010, nossos atletas competem em competições internacionais. Provavelmente será impossível contar o número de testes antidoping realizados durante esse período. As amostras sempre estiveram limpas e espero que continue assim. Sempre ensinamos e explicamos aos nossos atletas e seus pais que tenham cuidado até com os remédios mais simples para resfriado e que não confiem, infelizmente, em absolutamente ninguém. E depois de dois anos nada ficou claro, a origem dessa droga não foi investigada e ainda há muitas dúvidas. Apenas acusações de diferentes lados estão vindo em nossa direção.

Não tenho perguntas para Kamila; ela é uma criança e, da minha parte, continuarei a apoiá-la de todas as maneiras possíveis. Não em detrimento de todos os meus atletas anteriores – Kamila é a atleta mais talentosa. Ela enfrentou uma provação difícil de descrever em palavras. Em relação ao veredicto, tenho uma pergunta principal: alguém defendeu Kamila nas audiências? Porque não poderia ter havido um veredicto pior. A história de Kamila é a nossa dor.”

ROC

O Comitê Olímpico Russo (ROC) anunciou que apelará da decisão da Federação Internacional de Patinação (ISU) de redistribuir as vagas finais no torneio de patinação artística por equipes nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Pequim. O ROC baseia sua posição na impossibilidade, segundo as regras atuais da ISU, de revisar os resultados da equipe com base nas sanções individuais aplicadas a atletas, como no caso de Kamila Valieva.

O ROC contestou a objetividade e imparcialidade do CAS, citando casos anteriores envolvendo a ROC. Destacaram a demora na divulgação do resultado do teste antidoping de Valieva, levantando questões sobre a transparência do processo. O Comitê também acusou a ISU de tomar decisões coincidentes com eventos específicos, sugerindo uma possível guerra contra os esportes russos.

O ROC afirmou que as medalhas conquistadas pela equipe russa em Pequim não devem ser legalmente revisadas, enfatizando que a ISU e o COI têm a prerrogativa sobre o resultado da equipe, não abordado pelo CAS. O Comitê anunciou que monitorará de perto as decisões das organizações esportivas internacionais e tomará medidas legais para proteger os interesses russos, se necessário.

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