Com ouro e bronze, Yeltsin retorna a Campo Grande nesta quinta-feira

Yeltsin Jacques celebra ouro e recorde mundial no Stade de France - Foto: Silvio Avila/CPB
Yeltsin Jacques celebra ouro e recorde mundial no Stade de France - Foto: Silvio Avila/CPB
O Campo-grandense Yeltsin Jacques fez história terça-feira (3), e garantiu o bicampeonato paralímpico na prova dos 1.500 metros da classe T11, destinada a atletas com deficiência visual, durante as Paralimpíadas de Paris 2024. Esta foi a sua segunda medalha nesta edição, somando-se às duas já conquistadas nos Jogos de Tóquio. O atleta chega em Campo Grande na nesta quinta-feira (4), por volta de 0h20.
De Paris, Janayna Yankha, esposa de Yeltsin, compartilhou sua emoção com a conquista do ouro. “Uma loucura. Ali no momento você fica sem palavras, demora para acreditar no que aconteceu. Mas se tiver uma palavra que define tudo é gratidão. Eu sei tudo que o Yeltsin se dedica, tudo que ele abre mão para chegar nesse momento. Ele passou por muitas dificuldades nesse ciclo, lesão, virose antes de estrear em Paris, mas tudo deu certo”, disse ela, em entrevista à reportagem de O Estado MS.
Sobre o retorno do medalhista para Campo Grande, Janayna diz que espera comemorações na cidade, mas não sabe se haverão como em 2021, quando Yeltsin conquistou os dois ouros nos Jogos de Tóquio. O Campo-grandense até desfilou em carro do Corpo de Bombeiros.
Como foi o bi paralímpico
A prova aconteceu na pista de atletismo do Stade de France, onde Yeltsin registrou o tempo de 3min55s82 e quebrou o próprio recorde mundial estabelecido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, quando completou o percurso em 3min57s60. O brasileiro Júlio César Agripino fez o percurso em 4min04s03 e ficou com o bronze. O etíope Yitayal Yigzaw fez o tempo de 4min03s21 e completou o pódio.
Após a prova, Yeltsin falou sobre os desafios enfrentados para alcançar a vitória. “Tive uma lesão e, quando me recuperei, fui afetado por uma virose, o que atrapalhou meu desempenho nos 5.000 metros. Mas nos 1.500 metros, que exigem mais força, consegui me destacar. Estava confiante de que poderia bater o recorde, talvez com 3min53s ou 3min54s, mas fiquei muito feliz com os 3min55s. Repetir o feito de Tóquio é o resultado de muito trabalho”, afirmou o atleta ao CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro).
Com a vitória em Paris, Yeltsin acumula quatro medalhas paralímpicas, com dois ouros conquistados em Tóquio 2020 nos 5.000 metros e 1.500 metros da classe T11. Em Paris, ele também garantiu um bronze na prova dos 5.000 metros, na qual Júlio Agripino conquistou o ouro.
O Campo-grandense destacou a força do país nas provas conhecidas como “de fundo e “meio-fundo”: “O Brasil se tornou uma potência nessas provas de fundo e meio de fundo. Estudo muito sobre fisiologia e acredito que temos muito potencial para crescer e alcançar excelentes resultados”, afirmou o atleta.
Nos Jogos de Paris, houve uma inversão nas expectativas em relação às provas de Yeltsin e Júlio Agripino. Durante o ciclo paralímpico, o Sul-mato-grossense dominou os 5.000 metros, com a conquista do ouro no Mundial de Kobe e nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago.
Por outro lado, Agripino se destacou nos 1.500 metros, quando venceu tanto no Mundial quanto no Parapan de Santiago. Porém, em Paris, Yeltsin levou o ouro nos 1.500 metros, enquanto Agripino ficou com o bronze.
Mais sobre Yeltsin 
O Sul-mato-grossense nasceu com baixa visão e iniciou sua trajetória no esporte no judô. Ele começou a correr para auxiliar um amigo totalmente cego e, a partir disso, passou a competir, inicialmente, na categoria T13. Após os Jogos de Tóquio, ele passou a competir na categoria T11, que é destinada a atletas com cegueira total ou que, apesar de perceberem fontes luminosas, não conseguem definir formas de objetos próximos.
Por Carlos Eduardo Ribeiro
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