Campo-grandense vai a Mundial como líder do ranking BR

André Dodero (quimono azul) em Torneio neste mês em Campo Grande - Foto: Reprodução
André Dodero (quimono azul) em Torneio neste mês em Campo Grande - Foto: Reprodução

 Dodero é 1º judoca de MS convocado para competição Sub-18 na disputa masculina

O campo-grandense André Lucas Dodero, 15 anos, será o primeiro judoca da categoria masculina de Mato Grosso do Sul a disputar um Mundial Sub-18. A competição começa quarta-feira (27) e vai até o próximo domingo (31), em Sófia, na Bulgária, e reunirá os melhores atletas da categoria Cadete.

Líder do ranking brasileiro no peso até 55kg e atualmente na 60ª posição mundial, André viaja neste fim de semana com a seleção brasileira para o país europeu.

Desde a convocação, a preparação ganhou novo ritmo, como treinos de madrugada para adaptação ao fuso horário da Bulgária, cinco horas à frente do de Mato Grosso do Sul. A rotina incluiu ajustes na dieta, fortalecimento mental e espiritual, além de sessões de natação para ampliar a capacidade respiratória. “Foi um período muito puxado, mas eu me senti cada vez mais preparado. Treinei, inclusive, com o Yuri Pereira, atleta gaúcho que foi vice-campeão mundial cadete em 2024. Essa experiência foi importante para aumentar a confiança”, afirmou o judoca à reportagem do jornal O Estado.

Experiências internacionais

O Mundial será o maior desafio da carreira até aqui, mas André já testou forças contra adversários de elite. Em março deste ano, conquistou o bronze no Circuito Europeu, em Bremen, Alemanha, e a prata durante o Estágio Internacional da modalidade, em maio, na Polônia, superando, inclusive três atletas que estavam entre os dez melhores do mundo em sua categoria. “Esses resultados mostraram que ele pode competir em alto nível. Foi uma conquista importante para dar confiança e mostrar que o trabalho está no caminho certo”, destaca o pai, André Luiz.

Na Bulgária, André terá 37 adversários na chave até 55kg. A pesagem e o sorteio acontecem terça-feira (26), e a estreia será no dia seguinte. “Vou pensar luta por luta, sem ansiedade. Meu foco é aplicar o que treinei e dar o melhor em cada combate”, afirma.

Segundo o atleta, os custos da viagem são por conta da CBJ (Confederação Brasileira de Judô). Além da seleção, André terá a companhia dos pais, André Luiz e Daniela, dos avós paternos e do técnico Diogo Rocha, que o treina há quatro anos. “Ter o sensei comigo me deixa muito mais firme. Ele conhece meus pontos fortes e sabe como me ajudar durante as lutas”, ressalta o sul-mato-grossense.

Aos 15 anos, André ainda tem mais duas temporadas na categoria cadete. O Mundial, além de ser a maior experiência da carreira até agora, pode abrir caminho para novos objetivos. “Estou feliz e grato por essa oportunidade. Vou lutar com fé, força e alegria, fazendo o que gosto e representando bem meu Estado e o Brasil”, conclui.

Inspirações e disciplina dentro e fora do tatame

O judô entrou cedo na vida do atleta, que iniciou aos seis anos através de aulas experimentais. Aos oito, passou a treinar de forma mais séria. “Eu gostava muito das aulas, e um professor falou com meus pais que eu tinha potencial. Foi quando comecei a treinar de verdade para competir”, conta André.

A primeira medalha nacional veio aos 11 anos, nos Jogos Escolares Brasileiros de 2021, no Rio de Janeiro. Na época, subiu ao pódio contra atletas até três anos mais velhos e garantiu o bronze. “Foi a única medalha do judô de Mato Grosso do Sul naquele ano. A partir daí ele entendeu o próprio potencial e levou mais a sério os treinos”, lembra o pai.

O sul-mato-grossense já tem suas inspirações. Acompanha o japonês Hifumi Abe. Entre os brasileiros, a admiração vai para Daniel Cargnin, medalhista de Bronze nas Olimpíadas de Tóquio 2020 e Paris 2024, e Mayra Aguiar, bronze em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio.

Fora do tatame, busca equilíbrio com os estudos. “É difícil conciliar, mas conto com apoio da escola para repor conteúdos e provas quando viajo. Eles tem sido compreensivos com a minha situação e isso é muito importante”. Para o pai, os valores aprendidos no judô se refletem também no cotidiano. “Disciplina, respeito e foco não ficam só nas competições. Ele leva isso para a vida e tenta agir da mesma forma fora dos tatames.”

Por Melissa Ramos

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