Maurício Ferreira treina parabadminton em escola pública e mira Bolsa Atleta
O campo-grandense Maurício Carvalho de Santos Ferreira, de 16 anos, foi classificado para a Paralimpíada Escolar Nacional, que será realizada entre os dias 17 e 29 de novembro, em São Paulo (SP). A vaga foi conquistada em julho, durante a fase estadual, em que o sul-mato-grossense conquistou o ouro na categoria B SH6, destinada a atletas com nanismo.
Maurício tem acondroplasia, condição genética que causa nanismo e pode vir acompanhada de outras alterações físicas, como deformidades nas mãos, dores crônicas na lombar, escoliose e dificuldades motoras. Ele treina parabadminton no contraturno escolar e participa de festivais e competições promovidas por projetos da rede pública.
A participação na competição nacional é inédita e pode abrir caminho para a conquista da Bolsa Atleta estadual (atualmente a categoria Estudantil oferece auxílio mensal de R$ 500), um sonho da família. “Ele está animado. Disse que agora quer se dedicar mais ainda para a competição”, contou a mãe, Divina Carvalho, em visita junto ao filho à redação de O Estado, terça-feira (29).
A relação com o esporte começou em 2016, quando teve o primeiro contato com o tênis de mesa na Escola Municipal Wilson Taveira. Depois, passou por outras modalidades, como corrida, atletismo e até muay thai. “O muay thai acabou forçando demais a coluna dele. Precisou parar por indicação médica, assim como a corrida”, explica Divina.
Entre intervalos e pandemia
Maurício jogava pingue-pongue no intervalo das aulas na escola. Aos poucos, o badminton passou a fazer parte da rotina. Ele conheceu a modalidade em 2019, em um projeto desenvolvido na Irene Szukala, região do Aero Rancho. Os treinos aconteciam no Coophatrabalho, em torno de 13 km de distância, com transporte e apoio fornecidos pelas próprias professoras do projeto. A pandemia interrompeu as atividades.
O retorno aconteceu apenas em 2024, na atual escola, Adair de Oliveira. Segundo a mãe de Maurício, professores e colegas têm apoiado sua evolução, mas a falta de estrutura e o custo dos materiais são obstáculos constantes.
Por Mellissa Ramos
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