Atletas sem vacina assinarão termo de risco para jogar o Paulista

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Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

KLAUS RICHMOND

SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – O comitê médico da FPF (Federação Paulista de Futebol) informou nesta sexta-feira (21) aos 16 clubes que iniciam a disputa do Campeonato Paulista que jogadores sem quadro vacinal completo contra o coronavírus precisarão assinar um termo de risco para jogar a competição. A decisão ocorre após levantamento de casos de COVID-19 em atletas que ainda não estão imunizados. Os nomes e as equipes não foram revelados.

“Fizemos um mapeamento. É baixo o número de atletas não vacinados, mas há alguns casos, sim. Como não é uma determinação do país, não há obrigatoriedade da vacina, não podemos ir contra. O atleta ou técnico que não quiser vacinar precisará assumir a sua responsabilidade por isso. Vamos valorizar muito a vacina, eles terão que assinar um termo de risco”, disse à reportagem o médico da federação, Moisés Cohen.

O termo é obrigatório para os não vacinados entre jogadores, integrantes de comissões técnicas, delegados e árbitros da partida. Segundo a entidade, “casos omissos” serão analisados individualmente pelo comitê médico. “Nossa intenção não é impedir ou prejudicar ninguém de exercer a sua profissão. Vamos até o nosso limite”.

Consta também no documento de cinco páginas enviado aos clubes a necessidade de apresentação de testes PCR antígeno negativos realizados com antecedência máxima de 24 horas em relação aos jogos. A intenção inicial era que a testagem só fosse requerida aos não vacinados, mas mesmo os vacinados precisarão ser testados.

“O ajuste de protocolo se deve à adequação para o momento que estamos vivendo. Existe uma variante com transmissibilidade muito maior, ainda que de baixa agressividade. Pensamos apenas em proteger os atletas”, explicou Cohen.

Só não precisarão passar por exames aqueles que contraíram COVID-19 a partir de 1º de janeiro. Eles ficarão isentos durante os quatro meses seguintes, a não ser que apresentem sintomas ou haja justificativas médicas.

O período de afastamento imposto pela entidade será de dez dias a partir do teste positivo. Há possibilidade de retorno a partir do oitavo dia caso o atleta esteja sem sintomas e apresente o teste negativo. A volta, nesse caso, é de responsabilidade dos médicos dos clubes.

As mudanças visam atender a exigência do governo estadual para conter o avanço acelerado de transmissão da variante ômicron do coronavírus. No último dia 12, com base em sugestão do Centro de Contingência, a administração paulista determinou que a competição tenha público limitado a 70% nos estádios e exija comprovante de vacinação dos torcedores.

“Todos os eventos devem exigir o comprovante da vacina, se possível teste PCR. […] A depender da situação epidemiológica do município, esse percentual [de restrição] pode ser alterado para mais”, afirmou o coordenador executivo do comitê científico do estado, João Gabbardo.

Ainda não há, por parte da FPF, indicativos sobre novas medidas restritivas. “É muito cedo para tratar disso, temos andado passo a passo com a saúde. Isso é baseado muito em dados. Tem que estar tudo alicerçado cientificamente”, afirmou Cohen.

No protocolo entregue aos clubes, a federação pede que todos sejam imunizados e observa: “Em média, oito em cada dez pacientes internados em leitos de enfermaria e UTI para COVID-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência no tratamento em São Paulo, não tomaram vacina contra a doença ou não completaram a imunização”.

Todos os quatro grandes do estado se apresentaram com casos em seus elencos. O maior surto se deu no São Paulo, com 14 casos. Santos e Palmeiras registraram números semelhantes. O Corinthians sofreu menos sofreu baixas, com três casos.

O início do Estadual está marcado para domingo (23), com a partida entre Novorizontino e Palmeiras, no estádio Jorge Ismael de Biasi, em Novo Horizonte.

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