Os professores da REME (Rede Municipal de Ensino) lotaram a Câmara de Municipal de Campo Grande nesta quinta-feira (08) em mais um dia de manifestação após o término da greve. Os educadores agora pedem o auxilio dos vereadores da Capital para que organizem uma reunião com a prefeita Adriane Lopes (Patriota).
Na reunião desta manhã, ficou estabelecido que o executivo deve receber a categoria amanhã (09), juntamente com uma comissão formada pelo presidente da Casa de Leis, o vereador Carlão (PSD), o vereador Professor Juari (PSDB) e outros vereadores. A prefeita ainda tentou desmarcar a possível reunião de sexta-feira, mas a comissão insiste que seja realizada, pois já fazem 72 horas que a categoria aguarda o encontro.
Com a presença de aproximadamente 300 educadores, o presidente eleito da ACPMS (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Gilvano Bronzoni, utilizou mais uma vez a tribuna para defender o cumprimento da Lei do Piso 20h da Reme.
“Muitos professores que estão aqui também estão com filhos sem aula. Nós também estamos tendo que se virar e enfrentar esse problema que é a desvalorização da educação. Mas não entramos aqui para fazer gracinha, para fazer pressão momentânea ou reajuste pontual. Entramos para garantir a valorização da educação. Nós já fomos primeiro lugar do IDEB [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica].
Na última terça-feira (06), o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), considerou que a greve dos professores era ilegal e determinou o pagamento de multa diária de R$ 50 mil. Mesmo com a sentença do desembargador Sérgio Fernandes Martins, a ACP manteve a greve na manhã desta quinta-feira.
“Nós queremos resolver mas ao entrar com uma ação na justiça contra a greve legitima dos profissionais da educação, a principal justifica da prefeita é que ela ainda estava em dialogo com a categoria, por isso não se justificava a greve. Falta propriedade com a educação. Ela esta desde terça-feira sem receber os trabalhadores”, declara Gilvano.
A categoria informou que a greve chegou ao fim, e que as aulas irão voltar amanhã, porém as reinvindicações irão continuar. “Não vamos aceitar qualquer politica que não seja o cumprimento da valorização da educação. Somos pelo diálogo, não tem professor aqui queimando pneu, usando palavras de baixo calão, ou desrespeitando. Precisamos dar um basta com a falta de politica progressista que atenta a população. Tem que colocar na pauta a valorização dos professores. Queremos entendimento”, finaliza o presidente.
O sindicato ainda deve discutir se às aulas deve voltar de forma presencial e na segunda-feira (12), às 8h, os educadores voltam a paralisar, com a realização de uma assembleia na sede da ACP, para delimitar os caminhos e se irão continuar com a greve nas próximas semanas, de acordo com os resultados na reunião de amanhã. Ainda na tarde de hoje, os professores irão realizar votação para diretores das escolas, com entrega de panfletos para pais e responsáveis, com explicações e esclarecimentos sobre a greve.
Reposição
Já foi divulgado as datas de reposição das aulas: a reposição para a paralisação do dia 25 de novembro, será em 17 de dezembro; o dia 29 de novembro será reposto no dia 20 de dezembro. Já os dias de greve desta semana serão repostos nos dia 21, 22, 23, 26, 27 e 28 de dezembro. De acordo com o documento, os dia 20 e 21, que eram dedicados ao exame final, serão repostos nos dias 29 e 30 de dezembro. Professores esclareceram que os alunos não serão prejudicados, pois as provas já haviam sido finalizadas e os profissionais estão apenas em atividades internas como conselho de classe.
A greve
A categoria cobra a aplicação da Lei Municipal nº 6.796/2022, que previa o reajuste de 10,39%, referente ao mês de novembro deste ano. A lei estabelece os índices de correção para o ano inteiro e prevê um cronograma de integralização do valor do piso nacional do magistério ao piso de 20 horas da Reme até 2024 e o reajuste deverá ser pago de forma escalonada.
A prefeitura realizou reunião e declarou que não irá pagar o reajuste referente ao mês de novembro e encaminhou a ACP o Oficio nº 43863, que comtempla apenas a correção do mês de dezembro em 4.7891%, índice previsto na Lei do Piso 20h. Com isso, a assembleia da ACP decidiu de forma unanime a paralisação das atividades.
Com informações da repórter Juliana Brum.
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