Volta às aulas impulsionam IPCA-15 para 0,78% em fevereiro

volta as aulas-material escolar
Foto: Nilson Figueiredo

Valor representa crescimento de 0,47% se comparado a marca de 0,31% atingida em janeiro

Foi dada a largada para o início do ano letivo, com ele os reajustes na área da educação resultaram no aumento da inflação (0,78%) medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) em fevereiro. O valor representa crescimento de 0,47% se comparado a marca atingida em janeiro (0,31%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dos nove grupos de produtos e serviços monitorados pelo IPCA-15, oito registraram alta de preços em fevereiro. A maior variação com 5,07% e o principal impacto (0,30 ponto percentual) vieram da educação. Houve altas nos cursos de ensino médio (8,58%), ensino fundamental (8,23%), pré-escola (8,14%), curso técnico (6,01%) e creche (5,91%). Ensino superior (3,74%), pós-graduação (2,81%) e educação de jovens e adultos (2,07%) também registraram aumentos.

Para entender um pouco mais como é realizado o IPCA15, o jornal consultou o especialista financeiro, Márcio Coutinho, o qual reforça que o IPCA-15 como já diz o nome, leva em consideração o período de 15 dias, ou seja, os dados atuais se referem aos últimos dias de janeiro e início de fevereiro, e assim é feito em outras edições do levantamento. O economista comenta ainda que a taxa atual de 0,78% está dentro do esperado pelo mercado.

“Apesar do IPCA-15 ter aumentado um pouco, o que se observa é que a taxa está sob controle. Tanto é que o Banco Central vem reduzindo a taxa de juros (Selic) cujo valor hoje é de 11,25% ao ano. Quando a inflação está subindo o governo aumenta a taxa de juros, e quando ela está em queda o governo também reduz essa taxa”, completa o profissional.

Único setor que apresentou queda, no grupo de produtos e serviços pesquisados, foi no Vestuário, onde os preços recuaram 0,39% após alta de 0,22% em janeiro. Outros destaques foram os grupos Alimentação e bebidas (0,97% e 0,20 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais (0,76% e 0,10 p.p.). As demais variações ficaram entre o 0,14% de Habitação e o 1,67% de Comunicação.

Alimentação e bebida 

No grupo Alimentação e bebidas (0,97%), a alimentação no domicílio subiu 1,16% em fevereiro. Contribuíram para esse resultado as altas da cenoura (36,21%), da batata-inglesa (22,58%), do feijão-carioca (7,21%), do arroz (5,85%) e das frutas (2,24%).

A alimentação fora do domicílio (0,48%) acelerou em relação ao mês de janeiro (0,24%). Tanto a refeição (0,35%) quanto o lanche (0,79%) tiveram variações superiores às observadas no mês anterior (0,32% e 0,16%, respectivamente).

Em Saúde e cuidados pessoais (0,76%), o resultado foi influenciado pelo plano de saúde (0,77%), pelos produtos farmacêuticos (0,61%) e pelos itens de higiene pessoal (0,70%). Destacam-se as altas do produto para pele (1,67%) e do perfume (1,34%).

No grupo Habitação (0,14%), o resultado da taxa de água e esgoto (0,27%) foi influenciado pelo reajuste médio de 4,21% em Belo Horizonte (3,06%), a partir de 1º de janeiro. Em gás encanado (-0,90%), os seguintes reajustes tarifários foram incorporados: no Rio de Janeiro (-0,87%), reduções médias de 0,45% a partir de 1° de janeiro e de 1,30% a partir de 1º de fevereiro; em Curitiba (-4,81%), reduções de 6,82% a partir de 1º de janeiro e de 2,29% a partir de 1º de fevereiro.

Em Comunicação (1,67%), o resultado foi influenciado pelas altas de tv por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,29%).

Passagens aéreas

No grupo Transportes (0,15%), houve queda na passagem aérea (-10,65% e -0,10 p.p.). A redução segue a tendência de queda do ano passado, segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o preço médio das passagens aéreas teve uma redução de 3,9% em 2023 em comparação com o ano anterior, chegando a uma média de R$ 636,32, contra R$ 662,61 em 2022. A ANAC mostra que mais da metade (51,2%) dos bilhetes vendidos custaram até R$ 500, enquanto 41,6% estavam na faixa de preços entre R$ 500 e R$ 1,5 mil.

Em relação aos combustíveis (0,77%), houve alta nos preços do gás veicular (3,83%), da gasolina (0,84%) e do etanol (0,32%), enquanto o óleo diesel (-0,32%) registrou queda.

Saiba a diferença entre IPCA e IPCA-15?

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial de inflação do país, cabe ressaltar que essa ferramenta de pesquisa não é a única a medir a variação dos preços para os mais interessados – consumidores. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) também faz parte dessa lista, onde ambos os indicadores são postados pelo IBGE. Os índices, contudo, têm diferenças no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica das informações.

Por exemplo: o IPCA-15 de fevereiro de 2023 contemplou os dados apurados pelo IBGE de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023. Já o IPCA é calculado ao longo do mês de referência da divulgação. Em outras palavras, a coleta abrange o “mês cheio”. O IPCA-15 coleta as informações de nove cidades metropolitanas (Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba), além de Brasília e do município de Goiânia.

Enquanto o IPCA coleta dados de 10 regiões metropolitanas do país como: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Vitória), além de Brasília e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Por Suzi Jarde.

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