Variação de 0,46% torna o vestir mais caro na Capital

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

[Por Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de MS]

De acordo com dados do IPCA de março, setor de vestuário foi o mais afetado pela inflação

Embora a inflação em Campo Grande tenha sentido uma desaceleração, conforme apontam os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que demonstra um percentual quantificado em 0,11% no mês de março, 0,70 ponto percentual abaixo da taxa de fevereiro, que acumulou 0,81%, o setor de vestuário demonstrou a maior variação no período, com os índices em 0,46%, o que revela um encarecimento nos itens que compõem o vestir bem.

Ainda de acordo com o levantamento, os preços de seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande tiveram alta em março. A maior variação foi do vestuário, no entanto sentiram mudanças também o setor de transportes, com um impacto de 0,25 p.p., além do grupo de despesas pessoais, com 0,40%, habitação, 0,14%, saúde e cuidados pessoais, com (0,13% e demais artigos, que compuseram -0,72% de Artigos de residência e o 0,01% de Alimentação e bebidas.

A estudante de gestão de mídias, Carolina Gimenes, 26, argumenta que tem sentido tudo caro, pois percebe que roupas simples e básicas, por exemplo, são praticamente impossíveis de serem achadas a menos de R$ 50. “Uma camiseta branca, sem detalhes ou estampas, está por volta de R$ 50 em lojas de departamento. A qualidade caiu muito também. Agora, quem precisar comprar roupas de inverno vai evitar, porque a qualidade está ruim e o preço está lá em cima”, pontuou a reportagem sobre os preços.

Segundo Gimenes, ela desenvolveu uma estratégia que une presencial e digital com o objetivo de driblar os preços e amenizar o encarecimento nos itens de vestuário. “Eu vou às lojas presencialmente e experimento o que quero comprar. Depois vou no site da própria loja, ou pesquiso itens semelhantes pela internet e, às vezes, têm desconto ou algo parecido que é mais barato”, explica a estudante.

A também estudante, Gaby Suede, 20, explica que possui compulsão por compra de roupas. Como possui o hábito de comprar em lugares variados como lojas de departamento, mas também brechós e bazares, Suede argumenta que não observou o encarecimento, mas que isso pode estar relacionado também a tipos de roupas específicas. Um dos pontos que a estudante destaca, é que com o consumismo,
há também uma perda de dinheiro, por falta de pontuar o que vale o gasto ou não.

“Até nos momentos que eu falo que não vou comprar roupa, eu estou comprando, porque adoro roupas novas, desapegos e troca de roupas. Por comprar em diversos lugares e não ter um lugar fixo para comprar, eu não senti as roupas terem aumentado. Eu acabo comprando muito por sites e aí vem um pouco do consumismo mesmo, essa semana eu comprei uma roupa que na modelo pelo site estava perfeita e quando chegou eu falei ‘meu Deus, precisa ter mais corpo para vestir’ e na modelo ficou com um decote perfeito, já em mim não ficou tão legal. Se eu tivesse parado para pesquisar, talvez eu tivesse comprado o mesmo modelo de roupa em outro lugar e mais barato, porque também tem essa questão das lojas terem nomes e dependendo ficam mais caras as coisas”, pontuou Suede.

A proprietária da loja de roupas fitness Zero Açúcar, Rose Maia, 40, avalia que com o aumento massivo do setor de vestuário, houve uma combinação de fatores que encarecem as peças. O retorno após a pandemia, por exemplo, foi um deles, além dos custos de produção, já que houve também uma inflação no preço do algodão, que atingiu preços elevados. “As pessoas continuam comprando, mas afeta o ticket médio, por conta do preço estar maior, elas levam menos peças”, esclareceu Maia.

Outros itens

No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio registrou queda de 0,06% em março. Contribuíram para esse resultado as quedas da batata-inglesa, com -21,43%, o repolho, com -16,31%, o abacaxi com -6,91%, o frango inteiro com -1,07% e as carnes, com -1,59%. Já no lado das altas vieram a cebola, com 14,28%, a banana-maçã com 13,41%, o ovo de galinha, com 6,77% e o tomate com 2,22%. A desaceleração frente a fevereiro do setor foi de 0,89%.

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *