Vale tem prejuízo de US$ 1,7 bilhão, indica relatório anual

Na ressaca do incidente que deixou pelo menos 259 mortos em Brumadinho, em Minas Gerais, a Vale divulgou os resultados financeiros do ano passado, que não foram nada animadores. A companhia registrou prejuízo de 1,7 bilhão de dólares em 2019, revertendo o lucro líquido de 6,9 bilhões de dólares registrados um ano antes. É o pior resultado para uma temporada desde 2015, na esteira de outro desastre ambiental protagonizado pela mineradora, o de Mariana, também em Minas Gerais. Segundo a empresa, a perda de 8,5 bilhões de dólares deveu-se principalmente a provisões e despesas relacionadas à ruptura da barragem em Brumadinho, além de acordos para a descaracterização das barragens e acordos de reparação, estimados em 7,4 bilhões de dólares, dentre outras coisas. A receita da empresa, por sua vez, obteve avanço de 2,7%, totalizando 37,57 bilhões de dólares.

Já no último trimestre de 2019, a Vale obteve prejuízo líquido de 1,5 bilhão de dólares, revertendo lucro líquido de 3,8 bilhões de dólares um ano antes. A receita nominal da mineradora para o período, por sua vez, subiu 1,5%, para 9,9 bilhões de dólares.

Um dos fatores para o resultado minguado é de que a Vale registrou produção de minério de 78,3 milhões de toneladas — uma queda de 22,4% em relação ao mesmo período de 2019. Poderia ser pior. Apesar da queda no preço do minério de ferro no final do ano passado e do incidente em Minas Gerais, os resultados da empresa foram beneficiados pela disparada do dólar. Com as expectativas negativas, as ações da empresa tiveram queda de 1,1% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo de sexta-feira. A operação foi justamente prejudicada por decisões judiciais que acometeram a operação da companhia, principalmente em Minas Gerais.

No quarto trimestre, a Vale registrou uma produção de minério de 78,3 milhões de toneladas. O número corresponde a uma baixa de 22,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em comparação entre terceiro e quarto trimestre de 2019, a baixa foi de 9,6%.

O novato coronavírus é um desafio a ser enfrentado pela empresa neste ano. A China, com a indústria parada por conta da doença, é o principal destino do minério de ferro brasileiro e responsável pela compra de 64% de toda a produção, segundo dados da BMJ Consultores Associados. As exportações do Brasil despencaram de 1,4 milhão de toneladas registrados na primeira semana de fevereiro de 2019 para 1,2 no mesmo período neste ano, segundo dados do Ministério da Economia — uma queda de 14%.

(Texto: Veja com informações da Agência Brasil)

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