Decididos a alcançar uma União Europeia (UE) climaticamente neutra e a impulsionar sua indústria militar, dirigentes europeus vão tentar, nesta quinta-feira (20), estabelecer cifras ao porvir do bloco sem o Reino Unido, em uma cúpula tensa, consagrada a seu futuro orçamento comum.
O Marco Financeiro Plurianual 2021-2027 (MFP) concentra a reunião, mas para além dos percentuais, os europeus têm nas mãos o alcance do impulso que querem dar a um bloco que perdeu em janeiro uma potência econômica e militar.
“Não deve haver acordo nesta cúpula. Nenhum país mostrou muita vontade de compromisso. Mas isso era de se esperar porque estão falando à sua opinião pública”, afirma Marta Pilati, analista do European Policy Centre (EPC).
Sem surpresas, as posições estão muito polarizadas. Do grupo dos chamados “Quatro frugais”, partidários de contribuir menos com o orçamento comum, aos “Amigos da Coesão”, que defendem a solidariedade, cada um tentará impor sua visão.
Sobre a mesa, terão a proposta de consenso do chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, que propôs um orçamento 2021-2027 de 1,094 trilhão de euros, ou seja, 1,074% da Renda Nacional Bruta (RNB) da UE.
Autoridades europeias admitem que esta será a “cúpula da redistribuição das perdas”, dando a entender que cada país precisará ceder. “Avizinham-se negociações muito duras e difíceis”, disse nesta quarta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel.
A única certeza por enquanto é o início da cúpula.
(Texto: AFP)