Trabalho em veículos próprios cresce 136% e MS é 4º do Brasil

Foto: IBGE
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Estado registra 78 mil trabalhadores nessa condição em 2024

O número de trabalhadores que utilizam o próprio veículo como local de trabalho aumentou de forma consistente em Mato Grosso do Sul ao longo dos últimos 12 anos. Levantamento da PNAD Contínua 2024, divulgado pelo IBGE, mostra que o Estado passou de 33 mil pessoas nessa condição em 2012 para 78 mil em 2024, avanço de 136%, um dos mais intensos do país.
Com esse resultado, Mato Grosso do Sul aparece na quarta posição entre as unidades federativas com maior proporção de trabalhadores que exercem sua atividade em automóveis ou motocicletas. O percentual de 6,9% só é inferior aos do Amazonas (7,6%), Acre (7,4%) e uma terceira unidade da Região Norte. No extremo oposto está Santa Catarina, com 2,9%.

A expansão está diretamente vinculada à popularização dos serviços de transporte e entrega por aplicativo, que ampliaram o uso do veículo como principal posto de trabalho. Embora o Estado tenha registrado pequena redução na comparação com 2023 — de 79 mil para 78 mil trabalhadores — o nível permanece elevado e supera com folga o observado no início da série.

O movimento ocorre em um mercado de trabalho que somou 1,42 milhão de ocupados em 2024. Nesse conjunto, 56,4% estavam em estabelecimentos dos próprios empreendimentos e 15,8% atuavam em locais indicados por empregadores ou clientes. O trabalho em veículo próprio, com 6,9%, já é maior que a parcela dos que atuam em via pública (1,4%) e próxima à dos que trabalham no próprio domicílio (6,5%).

O IBGE esclarece que a classificação leva em conta o local onde o trabalhador passa a maior parte da jornada. Assim, quem alterna entregas e atividades presenciais é incluído no grupo predominante, o que permite observar com mais precisão a presença das plataformas digitais na ocupação estadual.

Home Office recua em MS

Outro dado revelado pela pesquisa do PNAD, é que o trabalho remoto perdeu espaço no mercado de trabalho brasileiro em 2024, mas continua mais difundido do que antes da pandemia. No ano passado, 7,9% dos ocupados no setor privado tinham o próprio domicílio como principal local de atividade.

O percentual é inferior ao de 2023 (8,2%), porém se mantém acima do registrado em 2019, quando apenas 5,8% exerciam suas funções em casa. Em 2012, início da série histórica, apenas 3,6% dos trabalhadores atuavam em home office, menos da metade do patamar atual. Em números absolutos, o contingente recuou levemente de 6,613 milhões em 2023 para 6,585 milhões em 2024, uma queda de 28 mil pessoas.

O grupo dos motoristas que utilizam veículos automotores, como condutores de aplicativo, manteve estabilidade, avançando de 4,8% para 4,9%. Em 2024, Nordeste (8,4%), Sudeste (8,3%) e Norte (8,2%) superaram a média nacional em participação de trabalhadores que atuam no próprio domicílio. Já Centro-Oeste (7,2%) e Sul (6,6%) ficaram abaixo do indicador brasileiro.

Por Djeneffer Cordoba

 

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