Os trabalhadores domésticos e ligados à prestação de serviços às famílias estão na lista do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como os que mais sofrem com a pandemia da covid-19 no Brasil.
Dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Covid, pesquisa criada pelo órgão para mensurar os efeitos da pandemia, apontam que cerca de 500 mil postos de trabalho foram perdidos nos serviços domésticos desde maio.
Janaina Mariano de Souza, presidente do Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos da Grande São Paulo, analisa que o setor está indo de mal a pior. Segundo ela, 80% dos atendimentos feitos pelo sindicado são de domésticas desempregadas no período.
“Para nossa categoria, a pandemia ainda está fazendo estrago, o número de doméstica desempregadas está crescendo”, diz à Folha de S. Paulo. De acordo com Janaina, além das demissões, muitos dos contratos estão sendo suspensos com base na medida provisória instaurada pelo governo.
Sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em julho, a medida permite às empresas reduzirem salários e suspenderem contratos de trabalho durante a pandemia. O texto autoriza negociação diretamente com os funcionários, sem a participação dos sindicatos.
A preocupação de Janaina é que esses empregos sejam encerrados após o fim da suspensão dos contratos.
Rodolpho Tobler, da Fundação Getulio Vargas, afirma que a recuperação do setor é atrapalhada por 2 fatores: cautela em relação à renda e o medo de contágio da covid-19.
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