“Toda renegociação é bem-vista”, afirma analista sobre MEIs regularizarem dívidas do Simples Nacional

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Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Com o anúncio do governo federal ontem (12), micro e pequenas empresas, além dos MEIs (microempreendedores individuais), poderão renegociar suas dívidas com a União por meio de parcelamento, desconto e quitação “especial” do Simples Nacional em mais de 11 anos. Para um analista em economia e consultor de negócios de Mato Grosso do Sul, a medida é boa e vai ajudar muita gente a sair do “vermelho”, principalmente nos quase dois anos em que a pandemia de COVID-19 vem trazendo “rombos” ao mercado e no bolso do sul-mato-grossense empreendor.

“Todo tipo de renegociação é bem quista. Até porque esses empresários perderam muito, principalmente crédito. Com essa ajuda do governo, poderão sim voltar mais rapidamente e com mais força. Regularizar dívidas abre portas, e ainda faz a economia voltar a girar”, opina Julio Cesar da Silva, analista-técnico do Sebrae/MS (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso do Sul).

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Governo “liberou” regularização de dívidas com MEIs e pequenos empreendedores. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Ele explica que a pandemia, no sentido das “novas” normas de biossegurança e consecutivos lockdowns, foram uma “dor de cabeça” para o empreendedor brasileiro. “Em MS, a adequação dessas empresas para o mundo digital foi bastante devagar. Muitas tiveram dificuldade para voltar ao mercado adaptado. E, quando isso acontece, geralmente, o primeiro custo a ser jogado para escanteio é de imposto”, ressalta.

Em números, 2.023 empresas não seguram as pontas e tiveram que fechar as portas no primeiro semestre de 2021 após 9 meses desde o início da pandemia em MS. O dado é o maior resultado desde o início da série histórica. Em comparação, 3.961 CNPJs (Cadastros Nacional da Pessoa Jurídica) encerram suas atividades no ano de 2020.

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No vermelho: como miçangas, cada despesa deve ser contabilizada pelo empreendedores. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em entrevista ao O Estado Online, Julio Cesar deu suas opiniões e até dicas para àqueles MEIs, micro e pequenos empreendedores que ainda se encontram no “vermelho” – porque é possível e ainda dá tempo de mudar a “cor”.

“O mais essencial é no que tange a gestão financeira da empresa. Muitos entendem do negócio como ninguém mais, entretanto, na hora da execução, pecam para a gestão completa, no sentido do administrativo. E isso desequilibra tudo. Tem que ter planejamento”, afirma o analista.

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Microempreendedores individuais participam do Simples Nacional ao lado de pequenos negócios. Foto: Reprodução/Receita Federal

Ainda há dificuldades no caminho para as empresas retomaram a economia como antes, até porque certos hábitos do consumidor mudaram “da água para o vinho” desde a chegada do coronavírus. “Primeiro passo é saber o real custo dos produtos vendidos. E digo ‘real’ com o valor de produção mais todas as despesas realtivas à empresa. Geralmente, é nesse ponto que os empresários se enrolam ‘bonito’. E não existe empresa sem dinheiro”, orienta.

O Sebrae possui canais onlines, telefone 0800 570 0800 e até mesmo contato de WhatsApp para aqueles que precisam de atendimento personalizado e técnico para suas empresas. Ainda, o programa “Sebrae Orienta” disponibiliza consultorias semanais de até 4 horas e cursos gratuitos.

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