Soja deixa de ser líder em exportação pela segunda vez em dez anos

Foto: Álvaro Rezende
Foto: Álvaro Rezende

A soja perdeu a liderança da pauta exportadora do Brasil para o petróleo, no acumulado de janeiro a novembro, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), em fato raro na última década que indica como terminará ranking dos principais produtos exportados pelo país em 2024.

A única vez, desde 2015, que a soja não foi líder na receita exportadora do país foi em 2021, quando o minério de ferro ganhou com folga. Além de ser o maior produtor e exportador de soja, o Brasil também é um dos maiores para a matéria-prima mineral.

Já o petróleo só havia superado a soja como principal produto de exportação do Brasil —de janeiro a novembro e também no ano completo— em 2012. Mas naquele ano o minério de ferro liderou a pauta exportadora brasileira, segundo dados históricos da Secex.

O Brasil, maior exportador global de soja, está exportando volumes 1,3% menores em 2024 na comparação com os recordes de 2023 devido à quebra de safra. Mas os preços da oleaginosa despencaram quase 17%, implicando uma receita exportadora com queda percentual semelhante para US$ 42,08 bilhões no acumulado do ano até novembro.

Já a exportação de petróleo do Brasil está em patamares recordes, somando 85,45 milhões de toneladas de janeiro a novembro, alta de 14,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Secex, divulgados na véspera.

Como os preços do petróleo caíram menos no acumulado do ano, estando cerca de 4% mais baixos em relação a 2023, de acordo com a Secex, a receita exportadora subiu impulsionada pelos volumes para US$ 42,76 bilhões, garantindo a liderança da commodity em 2024.

Faltando menos de um mês para 2024 se encerrar, é improvável que a oleaginosa retome a liderança neste ano, já que os seus embarques estão decrescentes na entressafra.

Segundo estimativa da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), as exportações de soja deverão somar em dezembro apenas 1,2 milhão de toneladas, o menor volume do ano.

“Em novembro, o petróleo já assumiu a liderança e em dezembro vai ampliar a liderança”, afirmou o presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, à Reuters.

Mas ele não considera que essa seja uma tendência para os próximos anos, e a soja pode voltar ao topo da pauta exportadora.

“Este ano a queda de preços da soja de cerca de 20% e o aumento da quantidade de petróleo fizeram o resultado”, completou.

Já o minério de ferro, outra commodity importante para as exportações do Brasil, que geralmente forma a trinca das mais importantes da pauta exportadora, acumula no ano até novembro receita de US$ 27,6 bilhões.

 

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