Recurso do Plano Safra é considerado abaixo do esperado, diz sindicato

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O setor produtivo de Mato Grosso do Sul analisa que o novo anúncio do Plano Safra 2023/24 segue aquém do necessário. O recurso liberado foi no valor de R$ 364,22 bilhões, com o aumento de 27% em relação ao financiamento anterior, que foi de R$ 287,16 bilhões. Na avaliação do presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, Alessandro Coelho, mesmo sendo um valor recorde, não sanará os problemas do setor, no Estado.

“A maior necessidade seria para investimentos, pois a defasagem no armazenamento beira 50% da produção. Os valores, mais uma vez, estão aquém das necessidades reais, ainda mais por conta dessas taxas de juros nos recursos livres, o que inviabiliza investimentos com outras fontes de recurso. Com certeza, teremos reflexos nas próximas safras”, destaca o presidente, ao lembrar que, no cenário ideal, o valor liberado pelo governo federal deveria ser o dobro do anunciado.

Com objetivo de apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024, a expectativa de MS é conseguir receber R$ 20 bilhões. 

O economista do SRCG, Staney Barbosa, explica que o recurso, este ano, está em linha com o Plano Safra anterior. “Você tem mais recursos, mas acompanhados de taxas de juros mais ou menos nos mesmos patamares. Considerando claro, que Selic – taxa básica de juros da economia, este ano, está muito mais alta, então temos uma perspectiva de juros negativos maiores para o Plano Safra.”

“O produtor está, de certa forma, pagando mais barato no plano este ano, mas em termos relativos. Sabemos que a questão do custeio é só uma ponta dos problemas do produtor, esse ano tem muitas questões com armazenamento, logística, é preciso ver em que sentido o plano vai trazer benefícios para esses tipos de gargalos”, salienta Barbosa.

Vale relembrar que, durante um evento, realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho, o diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Bruno Lucchi, expôs o panorama dos próximos passos da política pública, diante do cenário da produção brasileira e avaliou que, este ano, representou um período desafiador para o produtor rural. “O que queremos é ter previsibilidade, essa é a palavra-chave. O produtor teve um

ano desafiador, sua margem reduziu, a última safra foi a mais cara, então, precisamos da previsibilidade. Agora, apontamos para o mercado privado, já que temos um grande problema de investimento e custeio. Apontamos o direcionamento para o mercado privado, pois nosso setor cresce muito mais rápido do que a capacidade do governo de colocar dinheiro, pois é um setor que demanda tecnologia, o que demanda dinheiro”, finalizou Lucchi.

 

[Marina Romualdo– O ESTADO DE MS]
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