Presente nas ruas para produção de tapetes, fiéis ajudam a movimentar a economia da Capital

Odair e Helena
aproveitaram feriado
para lucrar com venda
de doces na Capital
(Fotos: Nilson Figueiredo)
Odair e Helena aproveitaram feriado para lucrar com venda de doces na Capital (Fotos: Nilson Figueiredo)

No feriado de Corpus Christi, comerciantes aproveitam celebração para vender e lucrar mais

Celebrado na quinta-feira (30), o feriado de Corpus Christi, que tem como simbolismo o sacramento do corpo e sangue de cristo, representados pelo pão e vinho, que recorda a última ceia de Jesus com os apóstolos, além de uma tradição cristã, é também para alguns a oportunidade de lucrar mais. A presença de fiéis nas ruas que trazem consigo a fé e o objetivo de ajudar a criar os chamados tapetes decorativos, leva também os comerciantes a se instalarem próximo ao local, a fim de aproveitar a oportunidade para impulsionar as vendas.

O comerciante no ramo de doces especializados, Odair Gonçalves da Cruz, explica que a celebração é uma data maravilhosa para as vendas se comparado aos dias convencionais. Há 25 anos no ramo, há, pelo menos, um ano e meio ele veio de Maringá para Campo Grande e afirma com simpatia, que os sul-mato-grossenses são doceiros de carteirinha. “O que mais tem saída é esse doce de leite mineirinho, da Serra da Canastra, a laranja cristalizada também vende muito bem. As vendas estão muito boas hoje, estão ótimas. Em comparação com os outros dias, hoje está bem melhor, está bem mais satisfatório. Eu faço feira todos os dias de dia e a noite e, em dias normais, a média é de 200 pessoas, mas hoje eu já atendi muita gente, eu acho que já chegou a esse número”, explicou o comerciante, que vende mais de 10 tipos de doces há R$ 9,50 cada 100 gramas.

A vendedora de churros, Lena Porto da Silva, explica que todo ano ela acompanha a celebração de Corpus Christi. Localizada em dias convencionais na rua 14 de julho, ela argumenta que a movimentação no centro da cidade tem sido baixa e uma alternativa para incrementar a renda é trazer as vendas para o local onde são confeccionados os tapetes. “Todo ano quando eu venho eu vendo bem, graças a Deus. Tem muitos anos que eu frequento aqui. Eu trabalho ali na rua 14 de julho e ultimamente o centro tá muito parado, quase não tem ninguém e estou vendendo muito pouco. Mas, aqui está sendo bom, tá vendendo bem aqui e se eu ficar aqui até terminar a missa, eu tenho certeza que eu vendo todos os 50 churros que eu trouxe e aí eu tenho que ficar aqui até vender, mas Deus tem abençoado e a gente tem vendido”, disse a comerciante, que em seu carrinho comercializa churros de chocolate e doce de leite a R$ 5.

O microempreendedor, Ramires da Cunha, 38, que possui uma banca de capas para celulares na Afonso Pena, explica que todo ano ele abre o estabelecimento para aproveitar a movimentação da celebração de Corpus Christi. Conforme explica, o item que ganha disparado nas vendas no local é a água mineral. “Vende bastante água, os refrigerantes também e os picolés. São mais as bebidas e não necessariamente os acessórios para celular. Esses até saem, mas não tanto quanto os produtores de freezers, esses sim saem bastante”, explica o microempreendedor, que pontua que o valor dos itens varia entre R$ 3 e 20 reais.

Um ato de fé e comunhão

Para o Padre Capelão da Base Aérea, Edson Mendes, a data é o momento de celebrar que Jesus está vivo e presente na eucaristia. Ir até as ruas para produzir tapetes, é, na verdade, um ato de fé.“Estar aqui nesta manhã, confeccionar os tapetes coloridos em homenagem a Jesus e mais tarde celebrar a missa, onde é consagrado a eucaristia, é um dia de graça e louvor para todos nós cristãos”, explica o padre.

No local, além dos itens de alimentação que são vendidos, há também a presença de várias mesas com comidas variadas, que podem ser compartilhadas entre todas as pessoas presentes sem a cobrança de nenhum valor. Isso acontece porque além de chegarem cedo para a produção dos tapetes, a data contém o caráter de festividade e a presença da comida acaba por representar esse simbolismo. “É uma festa e nós aproveitamos esse dia para nos confraternizar. Você observa que aqui tem crianças, tem jovens, têm adultos e tem pessoas idosas. Então, é uma festa de toda a família e toda a família participa. A comida, o alimento é uma maneira de confraternização. A gente vem pra cá muito cedo, a gente chegou aqui às 6h, tomamos café juntos, o lanche fica à disposição de todos durante todo o dia e além do trabalho e confecção do tapete, nós temos momentos de oração e o serviço que é divertido, gera integração, unidade entre nós. É um dia para celebrar, rezar e comer”, diz o padre alegre.

Em apuração, não foi possível verificar pela reportagem do jornal O Estado o valor gasto com os materiais para a produção dos tapetes. Conforme explicado pelo padre, a compra não é realizada pela igreja, mas sim pelos fiéis. A igreja fica responsável por repassar uma lista do que será necessário para a confecção e aqueles que frequentam a igreja se prontificam a ajudar com os materiais de acordo com a sua disponibilidade.

Por Julisandy Ferreira

 

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