Organizado pela FCDL, consumidores podem comprar produtos sem taxação
O DLI (Dia Livre de Imposto) representa mais do que um dia de produtos e serviços mais baratos. É uma ação que nos leva a pensar o quanto de tributo tem cada item que consumimos todos os dias. Neste ano, mais de centenas de lojas em Mato Grosso do Sul participaram, mas o segmento preferido dos motoristas – as bombas de combustíveis – não aderiram à campanha, que será realizada no dia 29 de maio.
O motivo da não participação é justamente o cenário atual da macroeconomia do país. A FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso do Sul), que comanda a iniciativa no Estado, destacou que chegou a buscar parcerias nos postos de combustíveis. “A última participação dos postos foi em 2023, onde os motoristas fizeram filas nos estabelecimentos. Mas neste ano, a categoria explicou que não participariam da campanha, por justamente estar com a margem de lucro muito apertada”, frisou a presidente da entidade, Inês Santiago.
Cabe ressaltar, que o DLI é um dia em que os comerciantes e lojas que optaram em participar, os mesmos deverão arcar com o prejuízo daquele imposto atrelado no produto, para que este mesmo produto seja repassado ao consumidor livre do imposto. O jornal O Estado, encontrou em contato com o Sinpetro que representa os postos de combustíveis em Mato Grosso do Sul.
Segundo informou a entidade, os estabelecimentos decidiram por não aderir: “devido às dificuldades que nossa economia está atravessando como outros segmentos também, pode ter sido o motivo”. Em 2023, quando algumas revendedoras de combustíveis adotaram a campanha, o litro da gasolina chegou a ser vendido por R$ 3,99, no posto Taurus localizado na Avenida Costa e Silva.
Na época, por causa da demanda, os postos limitaram 25 litros por carro. No dia, foram disponibilizados 10 mil litros de combustível somente em um posto participante. Quem está comemorando, e vai pagar mais barato na gasolina é o consumidor de Belo Horizonte. A ação também faz parte do DLI e é coordenada pela CDL/BH (Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte).
Produtos com preços justos
Em Campo Grande, o DLI está em sua 7ª edição. Segundo a presidente da FCDL-MS no Estado mais de 100 lojas já estão confirmadas, como o grupo Gazin, Shopping Norte Sul, Pátio Central, O Boticário, além de lojas de roupas, sapatos, materiais de construção, óticas, entre outras. Em 2024, mais de 700 empresas participaram em diversas cidades do estado, incluindo redes varejistas de grande porte e shoppings centers. Alguns estabelecimentos houve aumento de 70% nas vendas durante o dia da ação.
“No dia livre de impostos, nós vamos ter uma landing page, onde o consumidor vai acessar através de um QR Code. Esse QR Code será divulgado na frente dos shoppings em um banner, onde o consumidor poderá acessar e saber todas as lojas participantes, o seu endereço e o produto que cada loja disponibilizou”, explica Santiago.
Para as lojas interessadas em participar da campanha, basta o lojista colocar a disposição um único produto da sua loja sem o acréscimo do imposto. As lojas da Gazin, já anunciaram que vão colocar itens à venda zero de imposto como: bicicletas, liquidificador, air fryer e caixa de som. Outra novidade que foi um sucesso no ano passado, e que já tem participação neste ano é o chope com 62% de desconto, com a retirada do tributo estadual e federal.
29 de maio
O Dia Livre de Imposto é uma ação que mobiliza o Brasil todo. E a data – 29 de maio – não é escolhida a toa, conforme explicou Inês Santiago. A data simboliza os 149 dias do inicio do ano em que o brasileiro compromete parte da sua renda, para pagar impostos como o IPVA e IPTU, por exemplo.
“Se faz uma conta de janeiro a dezembro de 2025, com as alíquotas que estão sendo cobradas em tudo o que se consome, uma projeção de quantos dias o brasileiro precisa trabalhar no ano de 2025 para arcar com toda a carga tributária. O resultado dessa conta é os 149 dias, ou seja, cinco meses do ano o brasileiro vai trabalhar só para pagar tributo”, analisa.
De acordo com o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em 2024 os tributos representaram 40,71% do rendimento médio anual do brasileiro. O número representa um aumento em relação a 2023, quando a carga foi de 40,27%, exigindo 147 dias de trabalho. “É como se, só apartir desses 149 dias que o trabalhador começa de fato trabalhar para si, e não para quitar tributos”, finaliza Santiago.
Por Suzi Jarde
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