‘Polo comercial’, Centro de CG é o sonho de todo empreendedor

Empresária Nádia Hassan aposta no comércio da área central com a Tom Make - Foto:  Roberta Martins
Empresária Nádia Hassan aposta no comércio da área central com a Tom Make - Foto: Roberta Martins

“Empreender é desafiador, mas está no nosso DNA”, ressalta empresária

 

No aniversário de 126 anos de Campo Grande, algumas lojas contam mais do que histórias de vendas; são retratos da diversidade e da resistência da cidade. No coração da Capital sul-mato-grossense, a área central é o lugar onde todo empresário sonha em empreender. Mesmo com as inúmeras lojas abertas nos bairros nos últimos anos, o centro é a menina dos olhos dos comerciantes.

Nadando contra o aumento de lojas que têm crescido nos bairros, a empresária Nádia Hassan também aposta no comércio local com a Tom Make, marca que nasceu no Bairro Nova Lima em 2022 e, em maio de 2024, abriu as portas na Rua 14 de Julho. “Acreditamos que estar no coração de Campo Grande seria um grande diferencial para a marca. Mesmo em um momento em que muitas lojas estavam fechando, acreditamos no potencial do comércio central”, compartilhou com O Estado.

O espaço, que também conta com uma unidade no Hiper Center Ypê, na Avenida Mascarenhas de Moraes, foi pensado para encantar clientes, oferecendo maquiagens e acessórios com preços justos, qualidade garantida e atendimento diferenciado. “Buscamos as melhores marcas e tendências, inclusive as mais comentadas nas redes sociais. Empreender é desafiador, mas está no nosso DNA. Temos orgulho de ter nascido e crescido em Campo Grande, uma terra de oportunidades,” destaca.

Em meio aos desafios e dificuldades enfrentadas na área central, a paixão, sonho e a vontade de crescer são motivos apontados pelo presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas), Adelaido Vila, para que empresários não desistam de empreender na região. 

“O sentimento de que comigo vai ser diferente. E, graças a Deus, que temos pessoas convictas assim, pois, graças a elas, o varejo funciona todos os dias em nossa cidade. Gente corajosa, determinada, que acorda cedo e dorme tarde. Que gera emprego, distribuição de renda e realização de sonhos”. 

Ele ainda lembra que o Centro possui a maior circulação de pessoas do Estado, por onde já passaram mais de 320 mil pessoas por dia. Hoje esse número caiu, mas a resistência de muitos empresários do comércio segue impulsionando o crescimento da cidade Morena.

Lojas que vendem “de tudo um pouco”

Em diferentes bairros, comerciantes que vendem “de tudo um pouco” se tornaram pontos de encontro, referência e solução para quem precisa desde um presente de última hora até peças raras de eletrodomésticos.

A rua Ana Luísa de Souza, no Pioneiros, movimenta diversos tipos de comércio, entre eles o de Newton Santos de Oliveira, que mantém seu negócio há 13 anos na região. O empresário começou com uma loja de presentes e, aos poucos, transformou a N.S. Fogões em um verdadeiro mix, que vai de peças para fogão, filtros de barro, soda cáustica, café moído na hora e até televisores. 

“Tem cliente que vem de outros bairros porque acha aqui o que precisa. Antes, o carro- -chefe da casa eram peças para fogões, mas hoje sai de tudo um pouco, temos uma variedade grande de produtos”, relata.

Newton conta que sempre teve o sonho de empreender e escolheu a região por acreditar ter bastante movimento. “Eu e minha esposa saímos dos nossos empregos formais para empreender e não nos arrependemos. É gratificante demais desenvolver o nosso negócio”, afirma.

A poucos metros dali, a proprietária da Max Presentes, Dora Castro, também apostou em abrir seu negócio na mesma rua. Debora comanda duas unidades: uma no Pioneiros, que tem seis anos, onde a saída maior é de brinquedos; e outra, na Vila Santo Eugênio, com dois anos de funcionamento, em que os utensílios domésticos são os campeões de venda.

Apesar dos desafios econômicos e da queda nas vendas nos últimos meses, ela segue otimista. “A gente tem fé que vai melhorar. Escolhi esse bairro porque gosto muito daqui, mesmo com as dificuldades, como os arrombamentos que já sofremos. Aqui vendemos de tudo, de cadeiras de fio a jogos de panela. E, com a chegada das datas como Dia das Crianças e Natal, as expectativas são boas”, conta. 

Esses comércios multifuncionais não apenas atendem às necessidades diárias dos moradores, mas também preservam a essência dos bairros e do Centro. São espaços onde a relação entre cliente e vendedor é de proximidade, confiança e, muitas vezes, amizade. Para Newton, Débora e Nádia, estar em Campo Grande é mais do que uma escolha comercial, é fazer parte da vida da cidade, crescer com ela e manter viva a tradição de um comércio que resolve, acolhe e surpreende.

Melhorias

Nada é tão bom que não possa melhorar. Se o campo-grandense já carrega consigo a missão de fazer seu negócio crescer junto com a cidade, o Relatório Técnico elaborado pela CDL Campo Grande aponta que a Capital pode evoluir ainda mais no setor comercial e socioeconômico.

Entre as propostas de melhorias estão a inauguração do projeto Hospital Municipal de Campo Grande mais próximo do centro, em vez de ser no bairro Chácara da Cachoeira. Fomentar a vida noturna no centro de Campo Grande, a CDL acredita que isso pode revitalizar a região, atrair moradores e visitantes e reduzir a insegurança. Além de promover a reocupação de imóveis e fortalecer a identidade cultural do centro

 

 

Inez Nazira e Suzi Jarde

 

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