Passagem aérea mais cara impulsiona procura por viagens de ônibus

Ônibus
Foto: Valentin Manieri

Em MS, preço do bilhete aéreo teve aumento de 19,0%

O preço alto das passagens aéreas fez com que as pessoas mudassem o hábito de consumo, procurando mais agências de ônibus para poder viajar. Prova disso é que a tarifa média de voos domésticos de Mato Grosso do Sul subiu 19% em um ano, e neste mesmo período a Buser, por exemplo, transportou quase o triplo de passageiros no último trimestre.

Conforme mostra o painel de indicadores de tarifas aéreas domésticas, divulgado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no mês de julho, o preço médio estava em R$ 646,08 no Estado. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, o bilhete aéreo era comercializado por R$ 542,72.

A empresa Buser – plataforma de fretamento colaborativo de ônibus – vendeu mais de 15 mil passagens em três meses.

“Já quando somamos todas as 12 rotas, nos últimos 3 meses, passamos de 5 mil passageiros embarcados/mês. A expectativa é de dobrar esse volume na alta temporada, chegando a mais de 10 mil passageiros só em dezembro”, diz parte da nota enviada ao jornal O Estado.

No acumulado do mês de outubro, o fluxo de viajantes no trecho São Paulo para Campo Grande quase se iguala ao patamar de todo o mês de setembro. A Buser informou que em média os preços são 55% mais baratos do que a concorrência com os valores a partir de R$ 130.

Já no terminal rodoviário de Campo Grande, entre embarques e desembarques, o número chegou a 97.496 passageiros até o mês de outubro. Em 2019, antes da pandemia da COVID-19, o número era apenas de 79.960 passageiros.

Passagens aéreas

Ainda de acordo com a Anac, o valor médio pago pelo passageiro por quilômetro voado, também conhecido como yield, foi vendido no mês de julho por R$ 632,19 em relação ao resultado apurado ao ano passado com R$ 481,09, variação de 31%.

A equipe do jornal O Estado entrou em contato com as três principais empresas aéreas brasileiras que apuraram, no 2º trimestre deste ano, resultado líquido negativo de R$ 6,04 bilhões. Ainda assim, o fluxo de caixa apurado ao fim do período foi positivo em R$ 2,7 bilhões.

Ainda conforme a Anac, um ano atrás, as companhias apresentaram resultado e fluxo de caixa positivos, correspondentes a R$ 899,48 milhões e 2,1 bilhões, respectivamente.

No Estado, o painel de tarifas aéreas domésticas mostra que o bilhete aéreo vendido pela Azul era de R$ 716,84 no mês de julho. No mesmo mês do ano passado o valor era de R$ 644,03.

A empresa esclarece que os preços praticados na comercialização de seus bilhetes variam de acordo com alguns fatores importantes, como trecho, sazonalidade, compra antecipada, disponibilidade de assentos, entre outros. Além disso, a companhia ressalta que fatores externos – como a alta do dólar, são elementos que também influenciam nos valores das passagens.

Já na LATAM, a passagem foi vendida no mês de julho por R$ 583,06, e em comparação ao mesmo mês de 2021 era de R$ 467,68. A empresa aérea informa que houve uma recente redução do querosene de aviação, o qual tem estabilizado o preço dos bilhetes. Há a expectativa de que o câmbio também fique estável e o petróleo e o refino permaneçam em baixa, fatores que também impactam diretamente nos valores das passagens.

Entre junho de 2021 e junho de 2022 a alta do querosene de aviação chegou a 102,4% no Brasil e essa conjuntura afeta diretamente os custos de operação, a precificação das passagens e a própria retomada do setor aéreo brasileiro. Como esse cenário ainda está volátil, é prematuro fazer qualquer projeção de queda dos preços das passagens neste momento.

Os bilhetes aéreos eram vendidos por R$ 537,73 na empresa da GOL, em julho do ano passado, já neste ano em comparação ao mesmo mês, a passagem está sendo vendida por R$ 630,59. A empresa baseia-se na demanda de cada destino para a precificação de passagem.

Além disso, existem os bilhetes aéreos que são comprados com 330 dias de antecedência, o que acaba possibilitando aos passageiros um valor mais baixo. Sendo assim, faz com que as tarifas tenham oscilação constante, em consideração com a antecedência de compra da passagem.

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *