Após a pandemia do covid-19, bombinhas respiratórias são líder de vendas na capital
Com a chegada das baixas temperaturas, a população sul-mato-grossense da Capital sente também as alterações no bolso, já que para manter a saúde pelo menos estável frente as complicações respiratórias, é preciso disponibilizar em média de R$ 60 a 200 reais, conforme apontam profissionais do setor. Em apuração, a reportagem do jornal O Estado, verificou que nesta soma de valores, a fim de fugir dos problemas respiratórios, entra um gasto novo, a bombinha respiratória, líder de vendas em determinados estabelecimentos, o que demonstra um resquício da pandemia causada pelo covid-19 na população.
Conforme levantado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação no mês de abril atingiu uma aceleração cotada em 0,38%. Em destaque, estão os produtos farmacêuticos, com 2,84%, que foram os principais responsáveis pela alta do grupo de Saúde e Cuidados Pessoais no mês passado, ao apresentar 1,16% em aumento, trazendo um impacto de 0,15 p.p. em abril. O gerente do IPCA, André Almeida, afirmou que o grupo de Saúde e Cuidados Pessoais sentiu o peso da inflação, por conta do “reajuste de 4,5% autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), a partir de 31 de março”, esclareceu.
A atendente da Droga 10, Valkyleia da Silva Santos, 42, argumenta que os líderes de vendas no estabelecimento têm sido as bombinhas para asma, antigripais e vitamina C. “A asma aumentou muito e as infecções espiratórias em vias aéreas também. As pessoas têm sentido muita falta de ar e têm procurado a farmácia para procurar corticoide e medicamentos que melhoram a respiração. A maioria das pessoas são sequelas da covid. As pessoas não têm mais uma gripe normal, que era aquela gripe que só tinha coriza, espirro, dor no corpo e dor de cabeça. Agora, a gripe tá pior, produz mais muco no pulmão, tem gripe que você sente falta de ar, e agora também tá tendo H1N1, Influenza e tudo misturado”, observou Santos a partir dos atendimentos.
Na Droga 10, para adquirir uma bombinha respiratória, é necessário desembolsar R$ 28. No estabelecimento no momento da reportagem, só havia a marca Aerodini, que também encontra-se gratuitamente na Farmácia Popular, de acordo com informações da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande).
“As pessoas estão se dirigindo à farmácia para comprar. Ela custa R$ 28, tem lugares que ela chega a R$ 30 e poucos, vai depender. Xarope, expectorante, em uma compra [para se manter estável], a pessoa gasta em torno de R$ 100 com as receitas que estão vindo do posto, das UPAs (Unidade de Pronto Atendimento). Isso se não tiver antibiótico, se tiver o antibiótico na receita, a pessoa vai gastar até uns R$ 200 e pouco”, argumentou a atendente da Droga 10.
Aumento das vendas
Na Capital, a gestora farmacêutica da Droga Mais Farmácias, Gabriela Gimenez, 36, argumenta que a venda de remédios respiratórios e para tratar a gripe, aumentaram substancialmente nos últimos dias. Conforme pontua, a demanda não vem somente da automedicação, como também fortemente dos receituários da rede pública, ou seja, dos postos de saúde. Os líderes de vendas na farmácia localizada no Posto Katia Locatelli da Costa e Silva até o momento, são os expectorantes e corticóides, como Acetilcisteína e Dexclorfeniramina com Betametasona.
“A principal queixa é essa, tosse e dor de garganta. Esses produtos custam em torno de R$ 30 a 42 reais. Mas, quando a pessoa vem, ela sempre leva alguma coisa a mais, principalmente um multivitamínico, ou alguma coisa pra melhorar a imunidade, porque o pessoal atribui os problemas a imunidade mesmo. A gente está acostumado com o calorão e, de repente, vem uma frente fria, assim”, avalia a gestora sobre as possíveis explicações para os problemas respiratórios.
Ainda conforme Gimenez, para manter uma boa saúde respiratória em decorrência das intempéries do tempo, é preciso desembolsar ao menos R$ 60 em média, com uma dominância de público que fica entre os idosos e crianças. Para aqueles que possuem um poder aquisitivo menor, a profissional explica que é sempre possível driblar os preços e fazer substituições, desde que não interfira no que foi receitado.
“Em torno de R$60 de média por pessoa. Nessa época, independente do ano, sempre atinge mais idosos e crianças, que são os que mais tem crises. A gente geralmente segue a receita e atender aquilo que o médico prescreveu, mas a gente consegue fazer substituições para caber no bolso de cada cliente, porque por mais que tenha um medicamento de referência, existem outros que são compatíveis, que tem a mesma bivalência, mas que são de outros laboratórios e mais baratos”, revela sobre a venda.
Por Julisandy Ferreira
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