Para comer frango assado, campo-grandense precisa desembolsar pelo menos R$ 50

frango assado
Foto: Nilson Figueiredo

Em estabelecimentos de diferentes bairros, ave é comercializada ao custo de R$ 49,30, em média

Na Capital sul-mato-grossense, comer frango assado pode ser caro para o bolso do consumidor. Isto porque, conforme apurado em estabelecimentos da Capital, o produto não é comercializado a menos de R$ 48. O preço médio, conforme calculado pela reportagem do jornal O Estado, ficou cotado em R$ 49,30. Segundo os donos de estabelecimentos, esse é o valor mínimo cobrado para que obtenham uma margem de lucro, pois, se cobrado o valor que realmente “vale”, o preço final ao consumidor sairia muito maior, podendo chegar a R$ 65,90.

O proprietário da Eskina do Frango, Elias Longo, 65, com pelo menos 38 anos de experiência no ramo, explica que o valor ainda está abaixo do que seria o ideal para conseguir tirar uma boa renda em cima do produto. Pois, se cobrado como deveria, segundo sua opinião, o frango passaria a custar R$ 65”. O carvão que você pagava R$ 20 o saco, hoje está R$ 33. Imposto, cartão e funcionário, ou seja, a logística. Hoje, se for viver só da venda de frango, você não vive. Pode ver que aqui eu tenho um monte de itens para poder agregar tudo, atender o cliente e também sobreviver”, argumenta o proprietário, que explica, ainda, que durante a semana o movimento é mais fraco e vende, em média, de 25 a 30 frangos por dia. Já nos finais de semana, no sábado e no domingo, há um aumento e no estabelecimento são vendidas até 150 unidades da ave.

A proprietária do comércio de Frango Assado Carlitos Grill, Ariane Franciele Farias, 37 anos, destaca que o estabelecimento atende todos os dias e que no final de semana o fluxo é maior, por as pessoas estarem em casa, de folga, e também porque um frango inteiro consegue alimentar a uma família. No domingo, por exemplo, a proprietária explica que consegue vender até 200 unidades, sendo que, durante a semana, a média é 30 unidades por dia. “A gente tem o custo com o tempero, com a luz, com a máquina, o gás, o funcionário e embalagem e também tem a farofa, que agrega ali”, esclarece.

No ponto, que existe há 37 anos, é vendido somente o frango tradicional, não há variações. Farias explica que hoje a clientela atendida no estabelecimento é muito variável e transita entre públicos A, B e C, até por isso o valor cobrado é feito em cima das despesas que tem com o negócio e tenta não ultrapassar uma margem que limitaria as pessoas de comprar. “A gente tira todas as despesas, faz o cálculo e tenta não ir muito além, para poder atender os clientes, para não ter um aumento significativo. O frango hoje, por ser comprado pronto, ele já vem com a farofa, ele já vem muito mais barato do que comprar um quilo de carne”, diz Farias, ao argumentar, ainda, que desde o ano passado, o valor do frango aumentou e agora somente recentemente que parou de subir.

Na esquina, onde está localizado o frango Ki Sabor, na rua dos Andradas, Vila Duque de Caxias, o frango é vendido a R$ 50. Conforme constatado pela reportagem, durante o horário do almoço, a movimentação no estabelecimento se mostrava favorável.

Comer fora X em casa 

Cabe lembrar que, conforme noticiado pelo jornal O Estado, na edição anterior, comer fora de casa também é uma ação que ficou mais cara. Conforme pesquisa da “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada pelo Mosaiclab, empresa de inteligência de mercado, do grupo Gouvêa Ecosystem, Campo Grande apresentou o preço médio mais caro da região Centro-Oeste, com um custo em torno de R$ 41,75. Para quem optar por comprar o frango para cozinhar em casa, com base no custo semanal da pesquisa de alimentos, realizada pela reportagem, foi possível observar que o custo para o quilo da ave congelada varia entre R$ 7,99, no Fort Atacadista, até R$ 12,15, no supermercado Pires.

Por – Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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