O quarto maior produtor nacional de cana-de-açúcar, o Mato Grosso do Sul iniciou no dia 1º de abril a safra 2020/2021 com o processamento de 12,4 milhões de toneladas (valor 16% menor que o registrado no ciclo anterior, 15 milhões de toneladas), foi o que informou um levantamento realizado pela Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).
A safra 2019/2020 que encerrou no dia 31 de março e somou 47,5 milhões de toneladas processadas é 4% menor comparado à safra anterior. Dentre os fatores que contribuíram para os resultados pessimistas para o período estão: a pandemia e o isolamento social que provocaram uma redução de 55% no consumo de etanol em abril.
Com isso, a produção caiu 25% e na contra mão, a produção de açúcar aumentou 66%, com 404 mil toneladas do alimento produzidas até 15 de junho.
Segundo a Biosul, até o dia 15 de junho foram processadas 12,4 milhões de toneladas da matéria-prima. Das quais 700 milhões de litros foram destinados para a produção de etanol. Sendo 575 milhões de litros são de etanol hidratado (-23%) e 124 milhões de litros de anidro (-32%).
Já a produção de açúcar registrou saldo positivo com a produção de 404 mil toneladas do alimento. Com a redução de 55% do volume de comercializações de etanol no mês de abril, totalizando 148 milhões de litros do biocombustível e mesmo com a sinalização de uma retomada nas vendas em maio, com a venda de 223 milhões de litros.
No acumulado de abril a 15 de junho, o percentual de queda nas vendas do biocombustível chegou a 41% comparado ao mesmo período do ano anterior, com a saída de 493 milhões de litros de etanol do Estado.
Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o clima atípico e a intensidade das geadas já indicavam a queda na produção. Vale lembrar que o Mato Grosso do Sul produziu 3,3 bilhões de litros de etanol na safra 2019/2020. O volume é 2% maior que a produção da safra anterior e o maior produzido pelo Estado até o momento.
Desse total, 2,6 bilhões de litros foram de hidratado (+7,7%) e 672 milhões de litros de anidro (-15,9%). “Conforme a nossa expectativa os fatores climáticos custaram cerca de 2 milhões de toneladas de cana. O destaque neste ciclo foi a maior destinação de cana para a produção de etanol”, afirmou.
No dia 5 de maio, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indicou no 1º Boletim de Cana-de-Açúcar a produção de 630,7 milhões de toneladas na safra 2020/2021, volume 1,9% menor em relação à safra 2019/20.
Segundo a análise, na região Centro-Oeste a redução será de pelo menos 1,2% na área colhida, atingindo 1.797,5 mil hectares e mesmo com a recuperação de produtividade em Mato Grosso do Sul, a região deverá ter uma produção 1,1% menor que a obtida na safra anterior, totalizando 138,9 milhões de toneladas colhidas.
Além disso, a companhia projetou uma variação de (47,6%) quando se observam os resultados estimados para a área de mudas que passou de 33,3 mil hectares na safra passada, para um montante de 17,4 hectares na safra 2020/2021.
Diferença também será refletida na área de plantio com variação de (11,1%), passando de 115,0 mil hectares na safra anterior para 102,2 mil hectares. Na área colhida a variação esperada é de (6,5%) partindo de uma safra com 661,0 mil hectares para 618,0 mil. Por fim, área total segundo a Conab deverá apresentar variação de (8,9%) com 809,2 mil hectares, passando para 737,6 mil hectares.
Ainda conforme dados apresentados pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), no ano passado, o excedente de bioeletricidade cogerada a partir do bagaço da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul somou 2.541 GWh (Gigawatt-hora). A quantidade é 1,7% menor que o excedente cogerado nas usinas no mesmo período do ano anterior, quando foi 2.586 Gwh. (com Biosul)
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(Michelly Perez/ publicado no site pro Karine Alencar)