Pandemia impediu 17,7 milhões de brasileiros de procurar emprego

Aproximadamente 17,7 milhões de brasileiros não conseguiram buscar emprego no mês de maio, em meio à pandemia do novo coronavírus no Brasil, informou ontem (16) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse montante representa os brasileiros que estão fora da força de trabalho e gostariam de estar trabalhando, mas não procuraram uma ocupação ou por causa da pandemia ou por não ter trabalho na localidade em que moram – o que também pode estar ligado à COVID-19.

Outras 10,9 milhões de pessoas estavam desempregadas no período e não encontraram ocupação. Assim, no total, cerca de 28,6 milhões de pessoas tiveram acesso restrito ao mercado de trabalho durante o mês de maio. No fim de maio, o IBGE já havia divulgado na PNAD Contínua que a pandemia do novo coronavírus contribuiu para que 4,9 milhões de postos de trabalho fossem perdidos no Brasil no trimestre encerrado em abril, um recorde na série histórica.

Desse total, 3,7 milhões de postos de trabalho informais foram perdidos. Segundo a PNAD Covid divulgada ontem, o contingente de informais caiu ao longo do mês, indo de 35,7% na primeira semana do mês para 34,5% na última, com redução de 870 mil postos informais no período.

Segundo Cimar Azeredo, diretor de pesquisas do IBGE, a informalidade funciona como um amortecedor para as pessoas que vão para o desemprego ou para a subutilização. “O trabalho informal seria uma forma de resgate do emprego, portanto não podemos dizer que essa queda é positiva”, afirmou Azeredo.

De acordo com o IBGE, como a pesquisa é inédita, é necessário aguardar os próximos resultados para avaliar com mais precisão o impacto da pandemia entre os informais. A PNAD Covid foi divulgada pela primeira vez pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, e mobilizou dois mil agentes, que vão ligar a 193,6 mil domicílios em 3.364 cidades em todo o país.

O primeiro caso conhecido de COVID-19 ocorreu em 25 de fevereiro. No mês seguinte, março, o país começou a sentir os efeitos econômicos do novo coronavírus, com fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de evitar avanço da pandemia.

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(Folhapress/publicado no site por Karine Alencar)

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