No Estado do Varejo, o Agro também importa

Foto: Divulgação
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“Embora os grandes exportadores tenham seu valor, quando pensamos no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, é essencial reconhecer que o varejo de comércio e serviços é a base que sustenta nossas cidades”, afirma Inês Santiago, presidente da FCDL-MS

Há imagens que colam na identidade de um território e parecem imutáveis. No caso de Mato Grosso do Sul, durante muito tempo prevaleceu a ideia de que sua economia seria definida apenas pelos grandes exportadores do Agro. Mas a realidade, quando examinada com cuidado, mostra algo diferente: esse setor tem, sim, papel estratégico, mas não traduz sozinho a essência do que movimenta o PIB, sustenta cidades e gera oportunidades.

Basta olhar os números recentes. Em 2025, enquanto as manchetes destacavam o desempenho das exportações, foi o setor de serviços que respondeu por mais de 60% das novas empresas abertas no Estado. Só em maio, considerado um mês histórico, foram mais de mil registros, dos quais três em cada quatro pertenciam a serviços e comércio. Esses dados são o retrato de milhares de empreendedores que decidem abrir negócios, contratar colaboradores, investir em infraestrutura e movimentar a economia do bairro onde estão inseridos.

É esse movimento cotidiano que garante vitalidade econômica. Campo Grande, por exemplo, tem 80% de sua riqueza gerada em comércio e serviços. Não se trata de uma exceção: em Três Lagoas, Dourados, Corumbá e nas pequenas cidades do interior, a lógica é a mesma. O dinamismo local não depende de contratos bilionários de exportação, mas da engrenagem formada por lojas, padarias, oficinas, clínicas e startups que mantêm o dinheiro circulando dentro do próprio território.

Mesmo as atividades ligadas ao mercado externo dependem desse alicerce. A tecnologia, a inovação e os serviços estão presentes em cada etapa — desde softwares de gestão até pesquisas em sementes mais resilientes. Ou seja, até a produção destinada à exportação se apoia no que se desenvolve dentro das cidades.

Como ressalta a presidente da FCDL-MS, Inês Santiago: “Embora os grandes exportadores tenham seu valor, quando pensamos no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, é essencial reconhecer que o varejo de comércio e serviços é a base que sustenta nossas cidades. É nesse movimento diário das empresas, que contratam, inovam e movimentam a economia local, que encontramos a verdadeira vocação do Estado.”

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