Mesmo com queda, inflação dos alimentos é prejudicada pelo preço da batata inglesa

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Produto ficou 24,18% mais cara, seguida pelo leite com alta de 8,84%

O indicador que mede a diferença dos preços dos alimentos e serviços consumidos pela população no Brasil, o chamado de IPCA 15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), apresentou queda de 0,05 pontos em junho, ficando em 0,39% frente a variação alcançada em maio (0,44%). Os produtos e serviços no setor de alimentação e bebidas foram impactados pelo aumento no preço da batata inglesa que ficou 24,18% mais cara, e pelo leite com alta de 8,84%.

De acordo com a pesquisa de preço da cesta básica, realizada pelo jornal O Estado, na semana anterior na seção de frutas, verduras e legumes o quilo da batata inglesa segue pressionando a balança custando entre R$ 8,98 e R$ 11,55, reflexos das dificuldades no plantio, causados pelos efeitos do clima. O preço médio em que o alimento é vendido em Campo Grande é de R$ 9,74, já a diferença de preço ficou em 28,62% ou seja o valor repassado para o consumidor nos seis supermercados onde a pesquisa foi realizada, não altera em grande escala.

Os dados do IPCA-15 são coletados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divide a pesquisa em nove grupos, entre eles, sete tiveram alta no mês de junho. O grupo Alimentação e Bebidas registrou a maior variação (0,98%), na sequência, vieram os grupos Habitação (0,63%) seguidos por Saúde e cuidados pessoais (0,57%) As demais variações ficaram entre o -0,23% de Transportes e o 0,30% de Vestuário. O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 1,04%, abaixo dos 1,12% registrados no mesmo período de 2023. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de 0,04%.

Outros aumentos que refletem na alimentação dos consumidores, ficou por conta do tomate com aumento de 6,32% e do arroz (4,20%). Para alegria no bolso do brasileiro obteve queda nos preços: o feijão carioca (-4,69%), a cebola (-2,52%) e as frutas (-2,28%). A alimentação fora do domicílio (0,59%) acelerou em relação ao mês de maio (0,37%), em virtude das altas de lanche (de 0,47% em maio para 0,80% em junho) e da refeição (0,34% em maio para 0,51% em junho). Neste ano, os preços de alimentos diversos foram pressionados por problemas climáticos, que reduziram a produção no campo. Episódio recente é a catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul.

No grupo Habitação (0,63%), a alta da taxa de água e esgoto (2,29%) foi influenciada pelos reajustes de 6,94% em São Paulo (5,48%), a partir de 10 de maio, de 9,85% em Brasília (4,60%), a partir de 1º de junho, e de 2,95% em Curitiba (2,86%), a partir de 17 de maio. Em energia elétrica residencial (0,79%), os seguintes reajustes tarifários foram aplicados: em Salvador (0,52%), reajuste de 1,63%, a partir de 22 de abril; em Recife (-0,64%), reajuste de -2,64% a partir de 29 de abril; em Fortaleza (1,14%), reajuste de -2,92% a partir de 22 de abril; e em Belo Horizonte (4,11%), reajuste de 6,76% a partir de 28 de maio.

Transportes

Na contramão dos alimentos, o grupo de transportes teve baixa de 0,23% no IPCA-15 de junho. Com isso, aliviou o índice, gerando um impacto de -0,05 ponto percentual. O grupo havia subido 0,77% em maio. Dentro dos transportes, houve queda na passagem aérea (-9,87%). O IBGE também indicou baixa nos preços dos combustíveis (-0,22%). Todos registraram recuo: etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%). O subitem táxi apresentou alta de 0,18%, devido ao reajuste de 17,64% em Recife (3,09%), a partir de 22 de abril.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de abril a 15 de maio de 2024 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Por Suzi Jarde

 

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