Boletim Focus também aponta juros altos e crescimento moderado da economia brasileira nos próximos anos
A projeção do mercado financeiro para a inflação oficial no Brasil em 2025 caiu de 5,24% para 5,20%, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (30) no Boletim Focus, relatório semanal elaborado pelo Banco Central com base na análise de diversas instituições financeiras. Apesar da leve redução, a nova estimativa ainda ultrapassa o teto da meta estabelecida para o próximo ano.
Para 2025, o objetivo do Conselho Monetário Nacional (CMN) é manter o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, a inflação deveria se situar entre 1,5% e 4,5% para estar dentro da meta. O cenário atual aponta para um desafio na condução da política monetária.
As projeções para os anos seguintes permanecem abaixo desse teto: 4,5% para 2026, 4% em 2027 e 3,83% em 2028. Em maio deste ano, o IPCA registrou alta de 0,26%, ritmo menor que o de abril (0,43%). Com isso, o acumulado do ano chegou a 2,75%, e o dos últimos 12 meses alcançou 5,32%, segundo o IBGE.
O controle da inflação é feito principalmente por meio da taxa básica de juros, a Selic, mantida em 15% ao ano. Mesmo com os sinais de desaceleração da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual na última reunião, surpreendendo parte do mercado. Foi o sétimo aumento consecutivo no atual ciclo de aperto monetário.
O Copom indicou, em ata, que deve manter os juros nesse patamar por enquanto, mas não descarta novos ajustes, dependendo do comportamento dos preços. A expectativa do mercado é que a Selic encerre 2025 ainda em 15% ao ano, e que comece a cair gradualmente nos anos seguintes: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
Taxas elevadas tendem a conter a inflação ao desestimular o consumo, já que o crédito fica mais caro. Por outro lado, esse movimento pode frear o crescimento econômico. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano é de alta de 2,21%, segundo o mesmo boletim. Para 2026, a estimativa subiu levemente de 1,85% para 1,87%. Em 2027 e 2028, a expectativa é de crescimento de 2% ao ano.
No primeiro trimestre de 2025, a economia brasileira teve expansão de 1,4%, impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Em 2024, o PIB havia crescido 3,4%, a maior taxa desde 2021, quando o avanço foi de 4,8%.
A cotação do dólar, por sua vez, é estimada em R$ 5,70 até o fim de 2025, com leve aumento previsto para 2026, chegando a R$ 5,79.
*Com informações da Agência Brasil
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram