Levantamento feito pela reportagem mostrou que ampliação pode gerar redução de custos de até R$ R$ 1,8 mil por ano
Desde quinta-feira (13), o programa Farmácia Popular passou a oferecer gratuitamente 41 medicamentos e insumos essenciais à saúde, até então disponibilizados com copagamento. A medida promete aliviar significativamente o bolso da população, principalmente para aqueles que fazem uso contínuo de remédios caros, como insulina, medicamentos para hipertensão e até fraldas geriátricas. O impacto dessa mudança vai muito além do simples isento de custos – ela representa uma redução de despesas anuais para as famílias brasileiras.
Entre os medicamentos mais procurados estão a insulina humana, remédios para hipertensão e até contraceptivos. Para muitos brasileiros, a economia gerada por essa mudança será notável. De acordo com o levantamento realizado pela reportagem do O Estado, pacientes com hipertensão, por exemplo, que utilizam Losartana potássica (50 mg) diariamente, podem economizar cerca de R$ 20 por mês com a gratuidade do medicamento. Anualmente, isso representa uma economia de R$ 240.
Já os pacientes com diabetes, que dependem da insulina humana regular (100 UI/ml), terão uma economia de aproximadamente R$ 50 mensais, o que equivale a R$ 600 por ano. Para as famílias que precisam de fraldas geriátricas, o programa também traz uma grande vantagem: cada unidade, que custa entre R$ 2 e R$ 2,50, agora será fornecida gratuitamente. Esse gasto, que antes poderia chegar a R$ 720 por ano (considerando o uso diário), será eliminado.
Outro medicamento essencial coberto pelo programa é a dapagliflozina, indicada para o tratamento de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Antes, esse medicamento tinha custo de aproximadamente R$ 150, e a gratificação representará uma economia de R$ 1.800 por ano para quem utilizar.
A gratuidade dos medicamentos traz um impacto direto principalmente para as faixas etárias que mais afetam os tratamentos desses contínuos. Os idosos que frequentemente fazem uso de medicamentos para hipertensão, osteoporose e até fraldas geriátricas, são alguns dos principais beneficiados. Para essa faixa etária, a economia pode ser significativa, com a redução nos custos com medicamentos de uso regular, que agora são oferecidos sem custo.
As mulheres, principalmente aquelas que utilizam medicamentos anticoncepcionais também têm um benefício especial. Os anticoncepcionais, que antes tinham custo mensal, agora estão disponíveis sem pagamento, gerando economia para muitas mulheres de diferentes faixas etárias. Para esse público, a economia pode ser ainda mais relevante, visto que os contraceptivos, em média, custavam entre R$ 15 R$ 60 por mês.
Para entender o impacto desse programa, ouvimos o farmacêutico Paulo Inácio, gerente da Drogaria São Leopoldo, localizada na Vila Sobrinho, e uma das farmácias conveniadas ao programa em Campo Grande. Segundo ele, a ampliação traz benefícios tanto para os pacientes quanto para os estabelecimentos de saúde. “Temos visto uma demanda crescente por esses medicamentos, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas. O programa é essencial para garantir que os tratamentos não sejam interrompidos por questões financeiras. Muitos pacientes chegam aqui com dificuldades em arcar com os preços do mercado e o programa possibilita que eles mantenham a adesão ao tratamento”
Desafios econômicos ainda existem
Embora a gratuidade no programa Farmácia Popular traga o rompimento, especialistas apontam que o Brasil ainda enfrenta muitos desafios econômicos, principalmente relacionados à inflação dos alimentos. Sabrina Mestieri, educadora financeira, observa que “essa medida é positiva, mas a situação econômica do país é mais complexa. A inflação, principalmente nos alimentos, continua pesando no bolso dos brasileiros, e essa medida não resolve os problemas econômicos mais profundos”.
A economista Laura Souza, especialista em políticas públicas, destaca que a ampliação do programa contribui diretamente para a melhoria da saúde pública. “Além de permitir que as pessoas economizem, o programa evita complicações de saúde que poderiam surgir devido à interrupção dos tratamentos. Isso, por sua vez, pode reduzir gastos maiores com internações e emergências”, afirma.
Djeneffer Cordoba